Sobre estes, o Papa Francisco assim se
expressou: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais
que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a
fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que
continuam a sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo
a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade ‘ao pé da
porta’, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus,
ou – por outras palavras – da ‘classe média da santidade’” (GE 7 – Gaudete et Exsultate
– documento sobre a santidade).
Título: Dona Júlia: santa ao pé da porta
Formato: Papel - Veiculação: Físico
ISBN foi
registrado com sucesso: 978-65-00-05631-0 .
Conteúdo
1.
Da igreja de tijolo à Igreja viva
– Júlia Maria
2.
Nossa padroeira – Perpétuo
Socorro – Júlia Maria
3.
Rezava em silêncio em frente ao
Ícone do Amor - Joel
4.
O sentido da vida – Padre Tadeu
Pawlik
5.
Ordenação diaconal na “catedral
da favela” – bispo Ceslau
6.
Evangelizando as periferias – Pe.
José
7.
Testemunho de Maria Elisa
8.
Testemunho de Maria Aparecida
9.
Testemunho de Joel Oliveira do Nascimento
10. Dados sobre o bairro
Minha
mãe, Júlia
...EU SOU
SUSPEITO PRA FALAR ALGO DA MÃE ...
O
QUE FALAR DA MINHA MÃE?
MINHA
RAINHA?
A MULHER
QUE DEU ME A VIDA
QUE CUIDOU DE MIM A VIDA TODA
APRESENTOU-ME
O MUNDO
E AO MESMO TEMPO
PROTEGEU-ME DELE (do mundo).
Agradece
André, o seu filho
Eu
desejo que Deus lhe dê muitos anos de vida e saúde! Sua bênção.
Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro – rogai por nós que recorremos a Vós!
Júlia
Maria Silva Oliveira (fundadora da comunidade), Salvador, 26.03.2020
(Joel
Oliveira do Nascimento do bairro do Tororó)
José Grzywacz, um dos três seminaristas, que já há algum
tempo, haviam chegados da Polônia para completar os estudos e formação na então
Missão Redentorista da Bahia, convidou-me para participar da ação Pastoral
missionária na favela das Malvinas, hoje Bairro da Paz. O seminarista José,
atuava na Área Verde, um dos setores existentes naquela invasão, comunidade
dedicada à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Na pequena
capela não havia o Sacrário, e sim uma grande cruz de madeira ladeada pelo
Ícone da Virgem Mãe do Perpétuo Socorro. E, eu me acostumei há sempre que
chegava, entrava na capela e me dirigia em direção à cruz e fazia o em Nome do
Pai, depois me colocava em frente ao Ícone e rezava em
silêncio sendo observado pelos que lá já se encontrassem. Do convívio com o
seminarista José e também, para poder responder à alguma indagação de algum dos
membros da comunidade, fui conhecendo e me apaixonando pela história do Ícone e
sua mensagem.: quando surgiu; quando, por quem e porquê foi entregue ao
Redentoristas; qual a Missão dada à Congregação; ao que cada um dos quatro
personagens quer nos dizer, e etc... Para a conclusão do curso de Teologia o
seminarista José escolheu falar justamente sobre Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
e, todos nós que estávamos mais próximos a ele, desfrutando do seu convívio,
íamos bebendo dessa fonte e, tornando-nos devotos mais fervorosos e sentindo
como nossa a Missão dada aos Redentoristas. Passando a fazer parte do primeiro
grupo de Missionários Redentoristas Leigos, essa devoção aumentou, pois agora
éramos parte da Congregação, imbuídos da mesma Missão: Evangelizar com um olhar
de predileção pelos pobres e divulgar a devoção à Mãe do Perpétuo Socorro. Foi
um momento de grande alegria para todos
nós, no ano de 2016 a celebração do
Jubileu de 150 anos da entrega do Ícone pelo Papa Pio IX aos Redentoristas.
Joel
Oliveira do Nascimento– Salvador – Tororó, 2020
4.
O sentido da vida
Vendo a extensão da messe do Senhor, procurou formar os leigos para a missão, fez
trabalho organizado e inteligente na promoção vocacional para a Congregação
Redentorista.
Como confrade, sempre caridoso, principalmente na hora da doença e
aflição, assíduo e devoto de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Eis a resposta que o
padre José deu à sua existência através das atitudes e atos concretos. Jesus
diz: “Deixai tudo para o Reino”, e o padre José deixou.
Escrever sobre o padre José Grzywacz, missionário redentorista,
não é fácil. É como se quiser agarrar o luar nas mãos. É a pessoa inquieta e
sempre à procura de algo novo, de melhorar a face da Terra, segundo o Plano de
Deus. Conheço-o desde seminarista, teólogo, na Universidade Católica em
Salvador, porque veio da Polônia como seminarista-missionário. Fez, com os
outros colegas, a experiência pastoral no bairro pobre Malvinas, no caminho do
aeroporto internacional de Salvador. Lá, naquele bairro-favela, na frente da
capela improvisada e no altar improvisado, rodeado de alguns colegas da
universidade e do povo simples, crianças descamisadas, brincando com a sua bola
no barro (choveu bastante), recebeu a Ordenação Diaconal, na presença dos
professores (surpresos e admirados, pela escolha da “Igreja” para este evento)
junto com os seus colegas: Pe. Antônio Niemiec e Cristóvão Mamala.
O que ele assume leva a cabo com dedicação e empenho, até às vezes
sendo “chato” para com os outros, porque fala da sua missão, oportuna e
inoportunamente. Como Promotor Vocacional, acompanhou vários confrades na caminhada
ao sacerdócio e seus primeiros passos na vida sacerdotal e missionária. Vive
com a Missão e este é o seu projeto de vida. Como pároco da paróquia
missionária e pobre, em Itabuna, revitalizou-a, com os melhoramentos na sua
infraestrutura, o que lhe custou muito sofrimento e desgaste com muitas
andanças a procura das autoridades municipais, denunciando a corrupção em
alguns setores, etc. Reanimou a comunidade com a devoção a nossa Senhora,
organização de romarias mensais de vários setores e pastorais das paróquias
vizinhas; instalou a Novena Perpétua.
Dedica-se ao estudo da Mariologia. Neste campo contribuiu bastante
na divulgação da devoção mariana por meio das palestras, escrevendo livros e
artigos de considerável valor científico e devoção popular. Ultimamente, viajou
frequentemente com os seus “instrumentos do trabalho”, notebook, data-shows, o
ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e outros, para dar palestras e
cursos sobre Mariologia, pesquisando também os fenômenos das “revelações” de Nossa
Senhora, etc. Enfim, o padre José é o verdadeiro missionário, inquieto,
dinâmico e preocupado com os problemas da injustiça no mundo político, mas
também na Igreja. Só nestes pontos aqui descritos, como uma amostra das suas
atividades, podemos ver a sua mente inquieta na procura de sempre algo novo.
Descrever em poucas
palavras as atividades do padre José é tão difícil como agarrar o luar em
nossas mãos.
Dom Ceslau Stanula, CSsR, bispo emérito de Itabuna –
Salvador, 2019.
Durante as Santas Missões Redentoristas, na favela Malvinas,
participou conosco um padre polonês, branco, que não era conhecido dos
traficantes. No dia da abertura da Missão ele foi barrado. A Missa não
aconteceu. Os homens do tráfico pensavam que fosse um policial camuflado e até
o ameaçaram de morte. Somente após a intervenção do padre Tadeu, a Missão
continuou normalmente. Depois de muito trabalho de base e depois da saída dos
redentoristas a diocese de São Salvador instalou lá uma nova paróquia. Deixamos
nessa área três igrejas, duas capelas e duas creches. Hoje o bairro chama-se
“Bairro da Paz” e tem até a estação de metrô com o seu nome.
Pe. José Grzywacz, CSsR
7.
Testemunho de Maria Elisa, MRL
Quando cheguei ao bairro eu não conheci ninguém. Os meus
meninos faziam catequese em Mussurunga. Depois alguém me informou que lá no
Birro da Paz, na Área Verde tinha uma capela. Então chegado lá na capela, eu
novata, vi a Júlia, Nair e Conceição trabalhando, fazendo as apresentações na
igreja. Daí em diante comecei a participar. Acompanhei a construção da escola
São Geraldo – inclusive o padre José e padre Tadeu estavam juntos. Quanto a
comunidade ela é sempre firme e fiel. Ajuda na limpeza , nos eventos,
apresentações: sempre disposta a ajudar e a participar. Júlia é uma pessoa boa,
comunicativa, prestativa. Eu gosto muito de trabalhar com ela. Gosto dela como
pessoa e como irmã.
8.
Testemunho de Maria Aparecida
Conheci Júlia em 1992 aqui na comunidade. Depois em 1996 os
filhos dela: André e Gilson fizeram a Primeira Comunhão e foram crismados.
Júlia trabalhou como voluntária, junto com Maria Elisa, na creche de Conceição.
É uma membra ativa da comunidade e sempre acompanha as Festas de Nossa Senhora
e participa da Novena Perpétua.
9.
Dados sobre o Bairro da Paz
A data de fundação
adotada é o dia 23 de abril de 1982. Pessoas de diversas localidades e,
inclusive, do interior da Bahia ocuparam irregularmente um terreno que
pertencia à Prefeitura Municipal. A construção de avenidas surtiram um efeito
de supervalorização da área, que foi o principal motivo da reação das
autoridades locais. Na época das primeiras ocupações, em 1982, o governo tentou
remover a população diversas vezes, mas as pessoas voltavam e reconstruíam suas
casas, mesmo sujeitas aos abusos das autoridades. A repressão sofrida não
surtiu efeito, de forma que a população sempre voltava e reconstruía suas
residências. A gravidade dos conflitos entre eles e as autoridades foi
aumentando e o caso ganhou destaque na imprensa baiana. Enquanto isso, a Prefeitura usava de
força policial para demolir as casas improvisadas, que a comunidade insistia em
reconstruir. Diante da resistência dos moradores, a Prefeitura partiu para a
negociação, quando conseguiu transferi-los para uma área em Coutos, a Malvinas de Coutos. Naturalmente, depois de
perceber que foram ludibriados e que o local não correspondia com o da ocupação
inicial por ser um local de difícil acesso, a maioria dos moradores saiu de lá
e voltou a ocupar a mesma área de antes, em 1986. Mais uma vez houve o uso
da força policial e derrubadas, mas o governo de Waldir Pires interveio para que o conflito cessasse, enfim.
Os moradores foram cadastrados e foi elaborado um projeto para o bairro, que não
chegou a concretizar-se. Com o término das derrubadas, o bairro estabilizou-se
e cresceu.
Na década de 1990, as primeiras reivindicações
populares começaram a ser atendidas, dando ao local características de bairro: instalação de telefones públicos, transporte coletivo, rede de energia elétrica, implantação de uma escola e um posto de
saúde. Em 1992,
entidades ligadas à Igreja Católica,[4] que
acompanharam o processo de ocupação, sugeriram um plebiscito para a mudança do nome do bairro, que passou
a se chamar: Bairro da Paz.
De acordo com o IBGE, em 1991, havia 11.241 habitantes; em 1996, esse
número pulou para 40 mil e, hoje, há cerca de 65 mil habitantes no bairro. Ou
seja: nos dez anos seguintes a reocupação, o número de moradores aumentou em
mais de 300%, enquanto, de 1996 até hoje, o aumento foi de 62,5%. Em 1996, o
bairro foi ligado ao abastecimento de água potável pela Embasa. Nessa época, lá já havia luz elétrica. O título de posse foi entregue aos moradores no
segundo mandato do prefeito Antônio Imbassahy.
A partir da década de 80 do século passado, com o
agravamento da crise económica e o início do processo de redemocratização do
país, as populações mais carentes de Salvador, cansadas da segregação espacial
urbana que, gradativa e historicamente, as havia deslocado para as áreas
periféricas, decidiram ocupar colectivamente um espaço entre a Av. Luiz Vianna
(Paralela) e a orla marítima.
Na época, essa ocupação foi chamada “Invasão das
Malvinas”. A ocupação não foi pacífica: a comunidade foi muitas vezes
intimidada e reprimida por acção policial através do derrube de cercas e
barracos, na tentativa de barrar a expansão da ocupação.
A partir de 1986, desenvolve-se a luta comunitária pelo
direito à moradia, que culmina com a implantação do programa de regularização
fundiária pela administração municipal (1989), através da outorga da Concessão
do Direito Real de Uso (CDRU), viabilizada pelo acordo de modificação da
estrutura fundiária da gleba realizado entre a Prefeitura Municipal de Salvador
e os herdeiros do antigo foreiro.
Em 2001, foram registados 13.289 domicílios, dos quais
99,76% possuíam utilização permanente, ou seja, as pessoas que ocupavam o
imóvel residiam no local.
A população actual do bairro é estimada em 50.306 pessoas
que habitam em domicílios de diversas tipologias construtivas, desde casebres
com piso de terra batida até casas construídas em tijolo sem reboque. Hoje o
bairro tem as suas ruas principais asfaltadas e conta com serviços de água e
energia eléctrica.
33 anos na Bahia
Área Verde – Aniversário 2020
https://youtu.be/Gzxddf365qk
Votos Perpétuos em Bom Jesus da Lapa - 1990
25 anos da ordenação sacerdotal – Área Verde
POEMA PARA UMA AMIGA - (de
Joel para Júlia)
Da amizade sincera já ouvi dizer
Que é remédio e abrigo para aquele crê
Disso não duvido, até trago comigo
A alegria de ter um verdadeiro amigo.
Das minhas andanças mundo afora
Algo aconteceu e eu lembro agora
Foi na Área Verde, no Bairro da Paz
Conheci D. Júlia, não esqueço jamais.
Mulher firme e alegre, sorriso no rosto
Solidária e Amiga, não tive desgosto
Nas Missas e festas sempre presente
Com Gilson e André marchando na frente.
O que há D. Júlia? Como você está?
Soube que caiu, alguém veio contar
Levanta minha amiga e começa a andar
A comunidade precisa, não pense hesitar
A Virgem é Socorro e não vai lhe faltar
Levanta minha amiga, volto a lhe cobrar
Lembra da Quadrilha? vamos dançar?
Então levanta minha amiga e nem pense faltar!
Há muito não lhe vejo, senão em oração
Envio prá ti através de outro amigo
Esse recado sincero, conte comigo!
Um grande abraço D. Júlia!
(Joel Oliveira do Nascimento)
Paz e bem, a nossa querida Júlia. Ela é pedaço da história da comunidade de Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro da Área verde. Mulher forte, lutadora, corajosa e
de muita fé! Que o Senhor te abençoe,
proteja, cubra com seu manto e livra de todo o mal.
Quezinha
Avelina – Praça das Decisões
[1] Júlia Maria Silva Oliveira, nascida aos 15 de julho de 1954, em
Santo Antonio de Jesus - BA
[2]
Pe. Tadeu Pawlik, CSsR (apelido “Cabeça Branca”), “O MELHOR DE NÓS”. “Aquele
que gostava dos pobres”. Trabalhava nas favelas e periferias, apoiou as Santas
Missões Populares e os Missionários Redentoristas Leigos. Descansou em
27.03.2019, em Salvador, enterrado em Bom Jesus da Lapa.
[3]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bairro_da_Paz_(Salvador)
[4] A presença dos Missionários Redentoristas. Como padre
recém-ordenado estive lá.
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!