Terço jubiloso
Todos sabemos que no ano
de 2002, com a carta “Rosarium Virgnis Mariae” o papa João Paulo II instituiu
os mistérios luminosos do Rosário. Mas, preste bem a atenção!!! Já no anos de 1992,
ou seja, 10 anos antes, o bispo da diocese de Floresta – PE (1989 - 1997), apoiando-se
na proposta de Dom Valfredo Tepe, bispo de Ilhéus (1971-1995), publicou no “Voz
que clama no deserta” - Noticiário diocesano de Floresta a reflexão sobre o
Rosário.
Eis o texto na íntegra, no número
16 (outubro de 1992). Dom Ceslau, citando o Dom Tepe fala das três voltas da
vida de Jesus e sugere a volta dos “mistérios jubilosos”. Assim como podemos
perceber, estes estão quase iguais com os mistérios “luminosos” do papa (três deles
estão idênticos).
TERÇO -
MEDITAÇÃO DA VIDA DE CRISTO. Agora prestemos atenção a estas orientações sobre
o Rosário de Dom Frei Valfredo Bernardo Tepe - Bispo de Ilhéus da Bahia.
Rezando o terço
vamos acompanhar, meditativamente, a volta que Jesus deu pelo mundo. Ele, o
"autor e consumador da fé"(Hb 12,2), nos ensina a desfiar as contas
da vida todos os dias e seus acontecimentos mantendo-as unidas pelo fio da fé.
Sem fé, os nossos dias formam um amontado de contas perdidas no chão, como
acontece com as contas do terço, quando se rompe o fio que as mantém unidas.
Acontece que
fica ausente uma fase importante da vida de Jesus: a sua vida pública, toda
ela marcada pela ação missionária. Jesus é o "primeiro e maior evangelizador
"(Evangelii Nunciandi n 7). Jesus mesmo resumiu a sua vinda ao mundo nesta
palavra: "Eu devo anunciar a Boa Nova do reino, pois é para isso que eu
fui enviado"(Lc 4.43). Sugiro, pois, que acrescentemos ao Rosário uma
quarta volta os mistérios jubilosos. onde acompanhamos a vida
missionária de Jesus. Refontizando a nossa ação evangelizadora neste ardor
missionário de Jesus, podemos reanimar o nosso ardor missionário para a grande tarefa
de uma nova evangelização.
Esta "volta de Jesus pelo
mundo" é muito linda e profunda. Por isso, na reza do terço procuremos
incluir também estes mistérios jubilosos. Sugiro que sejam rezados na seguinte
ordem: Mistérios gozosos, Mistérios jubilosos, Mistérios dolorosos e Mistérios
gloriosos.
1º Mistério
A teofania no Jordão.
Jesus, batizado, estando em oração, viu o
céu aberto: Espírito Santo desceu sobre Ele e o Pai o proclamou publicamente
seu Filho muito amado.(Mt.3.13-17;Mc l,9-10;Lc 3,21-22).Jesus exultou de
alegria e disse: Eu te louvo, ó Pai (Lc 10,21).
2º Mistério
Bodas de Caná
Uma festa ia acabar em tristeza. Nossa
Senhora interveio. A seu pedido Jesus transformou água em vinho, a alegria
voltou abundante. Jesus fez ali o seu primeiro sinal, mostrou o seu poder
evangelizador e os discípulos acreditaram nele (Jo 2,1-11)
3º Mistério
O ardor missionário de Jesus
No júbilo de ter encontrado o tesouro
escondido do Reino largou tudo: casa, mãe, carpintaria, para consagrar-se
totalmente à missão evangelizadora (Mt 13,44). Andava de aldeia em aldeia, de
cidade a cidade, anunciando a Boa Nova do Reino (Lc 8.1).
4º Mistério
A ação libertadora e salvadora de
Jesus
Cegos recuperam a vista, coxos começam a
andar, leprosos foram curados e aos pobres foi anunciada a Boa Nova (Lc 7,22).
O povo, maravilhado e alegre acorria a Jesus e toda a multidão procurava
tocá-lo, porque dele saía uma força que curava a todos. (Lc 6,18-19).
5º Mistério
A opção preferencial de Jesus
Os marginalizados da sociedade (crianças,
mulheres, pastores, publicanos) são os preferidos de sua ação missionária. Ele
recebia os pecadores e comia com eles (Lc 15,1-2).Publicanos e prostitutas se
rejubilavam porque podiam entrar no Reino antes dos fariseus e escribas (Mt 21,31).E na alegria de um só
pecador que no céu havia maior alegria de um só pecador que se convertia do que
por noventa e nove justos (Lc 15,7).
Mês de outubro é considerado o
mês do Santo Rosário - é uma tradição antiquíssima na Igreja de prestar Culto
a Maria por meio do Santo Rosário. Muitos cristãos chegaram para o maior
aprofundamento da sua fé por meio do Rosário ou a sua parte, que nós chamamos
popularmente o Terço. Esta devoção e prática de rezar o terço está muito
incentivada pelo Magistério da Igreja. Apresentaremos algumas ideias sobre este
assunto, a base do Documento do Papa Paulo VI de 2 de fevereiro de 1974, sobre
O Culto da Virgem Maria. Na terceira parte deste documento o Papa fala sobre
dois exercícios de piedade, que tradicionalmente estão vivos na devoção
Mariana. Estes são: Hora do Anjo (Angelus Dimini) e o Rosário.
Neste documento número 42 o Papa disse-.
"Queremos (...) deter—nos um pouco mais longamente sobre a renovação
daquele outro exercício da piedade, que já foi chamado "o compêndio de
todo o Evangelho": o Rosário, ou então Terço, de Nossa Senhora. Os nossos
Predecessores dedicaram a esta prática vigilante atenção e diligente
solicitude. Assim, mais de uma vez recomendaram a recitação do Rosário,
favoreceram a sua difusão, ilustraram a sua natureza, reconhecerem-lhe aptidão
para desenvolver uma oração contemplativa."(MC 42) Neste documento o
Papa louva os congressos e os estudos especializados sobre o Rosário.
Em resumo a doutrina do Papa Paulo VI sobre
o Santo Rosário poderia ser resumido nestes pontos:
1. O Rosário é uma oração evangélica,
porque do Evangelho tira os Mistérios a contemplar .... "ele, (o Rosário)
vai haurir do Evangelho o enunciado dos mistérios e das fórmulas principais;
no Evangelho se inspira, ainda, a sugestão para aquela atitude com que o fiel
deve recitar, a partir da
jubilosa saudação do Anjo e do correspondente assentimento religioso da
Virgem Maria; e do Evangelho, enfim, lembra, no sucede-se das Ave-Marias, um
mistério fundamental - a Encarnação do Verbo - contemplado no momento decisivo
na Anunciação feita a Maria. O Rosário, por conseguinte, é uma oração
evangélica, como hoje em dia, talvez mais do que no passado, gostavam de a
definir os pastores e os estudiosos".
2. O Rosário é um desenrolar
cronológico dos fatos históricos que nos salvaram. “O Rosário de fato,
considera uma sucessão harmoniosa os principais eventos "salvíficos"
da nossa redenção, que se realizaram em Cristo: desde a concepção virginal,
passando pelos mistérios da infância, até os momentos culminantes da Páscoa -
a bendita Paixão e a gloriosa Ressurreição - e aos efeitos da mesma sobre a
Igreja nascente , no dia de Pentecostes, e sobre a Virgem Maria..." E
continua o documento com esta observação muito importante. "Foi
observado, ademais que a tríplice divisão dos mistérios do Rosário, não só
coincide de maneira perfeita com a ordem cronológica dos fatos, «as sobretudo
reflete também o esquema do primitivo anúncio da fé e evoca o mistério de
Cristo daquele mesmo modo como ele é visto por São Paulo, no célebre
"hino" da Epístola aos Filipenses: despojamento, morte e exaltação (Fil
2.6-11).
3.O Rosário é uma oração cristológica,
isto é, nele se vive e revive a vida de Jesus Cristo." Oração evangélica,
centralizada sobre o mistério da Encarnação redentora, o Rosário é, por asso
mesmo, uma prece de orientação profundamente criptológica. Na verdade, o seu
elemento «mais característico - a repetição litânica de Ave-Maria - torna-se
também ele, louvor incessante a Cristo, objeto último da anunciação do Anjo e
da saudação da Mãe do Batista: “bendito o fruto do teu ventre"(Lc 1,42).
O Santo padre o
Papa Paulo VI, ainda sublinha o elemento contemplativo e litúrgico do Santo
Rosário. Depois de expor a teologia do Rosário o Santo Padre aconselha a reza
meditativa do Santo Rosário. Convida a rezar não só particularmente, mas
também em grupos. Vivendo o mês do Rosário, renovemos esta nossa tão
tradicional e simples devoção a Maria e rezemos o Santo Rosário. Maria não nos
abandonará, quando estaremos unidos a Ela.
Dom Ceslau Stanula, CSsR, Bispo de Floresta
– BA – 1992.
O presente artigo foi elaborado pelo padre
José Grzywacz, CSsR tendo com a referência o artigo de Dom Ceslau Stanula, de
1992.
Komentarze
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!