Sandália no ícone do Perpétuo Socorro (texto experimental)
14 de abril 2020 - aguardo as sugestões
Algumas
interpretações da sandália caída, correia e sola do pé de Jesus no ícone do
Perpétuo Socorro
Outros
significados de “sandália” no Antigo Testamento
1. O
respeito perante o “sacrum”
14 de abril 2020 - aguardo as sugestões
Observação importante. Nos ícones do Caminho
(Hodegitria), então também no ícone do Perpétuo Socorro Jesus é não apresentado
como assustado e não olha os anjos com medo, mas observa tudo com atenção.
Jesus dos quatro evangelhos nunca fugiu da profecia da cruz! Sempre abertamente
e com clareza falava do sofrimento e da paixão e esperava quando chegasse a
hora dele. “Ainda não chegou o tempo certo para mim. Para vós, ao contrário, é
sempre o tempo certo” (Jo 7, 6).
Um novo sentido para tudo – “Vocês compreenderam tudo
isso?» Eles responderam: «Sim.» Então Jesus acrescentou: «E assim, todo doutor
da Lei que se torna discípulo do Reino do Céu é como pai de família que tira do
seu baú coisas novas e velhas” (Mt 13,52).
1.
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A sandália que escorrega do pé da criança
também pode ser entendida como um sinal de desamparo de alguém que precisa de ajuda, a ajuda constante de sua mãe.
Como uma criança, Jesus constantemente precisava da ajuda e dos cuidados da
Mãe. É a Mãe que socorre nas necessidades de seu Filho. A vinda do Filho de
Deus à Terra envolve toda submissão às fraquezas da criança humana. "Ele
tinha a condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo
contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e
tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem" (Filip 2, 6-7).
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O precursor do Salvador - João Batista
disse: “Eu batizo vocês com água. Mas vai chegar alguém mais forte do que eu.
E eu não sou digno nem sequer de desamarrar a correia das sandálias dele.
Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 3,16).
Essa sandália
tornou-se objeto de curiosas interpretações. Jesus e João viveram na época da
escravatura. Os biblistas observaram nessas palavras de João algumas
referências as escrituras judaicas segundo as quais o escravo não podia
desatar as sandálias do senhor porque isso também iria diminuir a sua
dignidade. João Batista, escravo, não foi digno realizar esse gesto para o
seu senhor. Essa humildade de João é ao mesmo tempo a elevação de Cristo. Ele
sabia que a redenção é possível somente através de Jesus. "E eu não
sou digno nem de tirar-lhe as sandálias" (Mt 3, 11), nesta
afirmação, de fato, estamos falando da grande humildade de João Batista o
último profeta da Antiga Aliança. Como representante do povo do Antigo
Testamento, ele não era digno/preparado para desatar a correia das sandálias
do seu Senhor.
Alguns interpretam esse detalhe como uma
expressão de uma outra verdade: de que Maria foi digna de desatar as sandálias de Jesus. Referem-se à pessoa
de João Batista, que disse sobre si mesmo que não era digno de desatar a
sandália de Jesus. A sandália que cai simboliza a dignidade e a grandeza dos
privilégios de Maria como representante do Novo Testamento, que -
diferentemente de São João Batista - era digna de tirar a sandália do Filho
de Deus (Jo 1, 26-27). Maria neste ícone é mostrada como quem era digna
disso. Ela não apenas amarrou os sapatos dele: Ela deu à luz, cuidou dele,
vestiu e ensinou a Cristo.
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A sandália que cai e desliza e o pé
descalço é um símbolo do Filho de Deus que se despoja e vindo ao mundo
aceita a humanidade. É um sinal de "kenosis" quer dizer o abaixamento Cristo (kathabasis) que na
Encarnação, e especialmente na cruz, que foi humilhado, destruído e despojado
de sua glória divina, de acordo com as palavras de São Paulo: "Ele tinha
a condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo
contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se
semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se
a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz!" (Filip
2, 6-8). E tudo isso através do amor ao homem, que Cristo nos mostrou porque
"nos amou até o fim" (cf. Jo 13, 1).
O ícone de
Cristo sempre proclama a verdade sobre a encarnação de Deus. Deus, que
assumiu a natureza humana - o Verbo Encarnado, tornou-se para nós não apenas
o Verbo, mas também o rosto, o rosto concreto de Jesus de Nazaré. Na pessoa
de Jesus de Nazaré, cada um pode ver e tocar o próprio Deus, ver com os olhos
humanos e, portanto, também pintar.
Na cultura semítica, a parte mais íntima do
corpo de um homem judeu era a sola do pé. Jesus descalço, revela o que Ele tem de
mais íntimo, sua divindade e misericórdia. No nosso ícone, o ouro
-"habitat" - de Deus pinga até das roupas. É o dourado da
Ressurreição que nos traz de volta o paraíso perdido. A morte toma o lugar da paz e da ordem. O
primeiro gesto salvífico histórico do Criador, após o pecado original de Adão
e Eva, foi vesti-los. “Javé Deus fez
túnicas de pele para o homem e sua mulher, e os vestiu” (Gn 3,21). Na cruz,
as vestes serão novamente despidas de Novo Adão, para que somente Ele se
torne a vestimenta final da humanidade redimida.
"O pai disse aos
empregados: ‘Depressa, tragam a melhor túnica para vestir meu filho. E
coloquem um anel no seu dedo e sandálias nos pés!" (Lc 15,22). São Lucas
descreve uma cena que diz sobre o fato de calçar sandálias na parábola do Pai
Misericordioso e do filho pródigo (Lc 15, 11-32). Depois de voltar para casa, o pai lhe
entrega três presentes: a melhor túnica - o símbolo da beleza; um anel - o
sinal de autoridade e sandálias simbolizando um novo caminho. A túnica e o anel
foram entregues para o filho pródigo por seus servos, mas as sandálias ele tinha
que calçar sozinho, pessoalmente. O calçar sandálias é um sinal e símbolo de liberdade e libertação da
condição de escravo.
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4.
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A sandália que cai também pode identificar
o sacrifício de Cristo na cruz. Outros vêem a expressão do medo que domina
Jesus. A perna direita de Jesus cruza a perna esquerda, fazendo a sandália
cair, caindo do pé. A sandália do pé direito em queda permite que você veja a
parte inferior do pé, o que pode simbolizar a verdade de que ser Deus também
é um homem de verdade. É também um sinal do temor de Cristo se
proteger nas mãos da mãe diante da visão da paixão proclamada pelos anjos. O
movimento e o dinamismo do próprio Jesus são surpreendentes. Ele parece estar
assistindo o anúncio profético de sua paixão. Além disso, o tormento pode ser
indicado por uma sandália caindo, porque o calçado do filho pródigo em
sandálias era um símbolo da restauração de sua liberdade e dignidade. Aqui, a
perda da sandália sinaliza a perda de liberdade e vida. Provavelmente, foi o
anúncio da futura paixão que o levou a segurar a mão de sua mãe. No
momento, ele está procurando por Ela como se estivesse buscando apoio e ajuda
espiritual. Embora não haja medo em seu rosto, os gestos de colocar as mãos e
a sandália caindo da perna testemunham algum medo de Deus que se tornou
homem. O medo da paixão, que ele experimentará pela última vez no Jardim das
Oliveiras.
Algumas fontes costumam explicar a sandália
que cai do pé direito de Jesus dessa maneira: O Filho de Deus não leva nada de nossas
coisas mundanas
(mesmo necessárias, como sandálias necessárias na Palestina para caminhar
sobre areia quente e pedras) para si mesmo. Pelo contrário, Ele veio nos dar
tudo: “Eu dou a minha vida para que eles tenham vida!” (Jo 10,10). “As
raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem
onde repousar a cabeça” (Mt 8,20).
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5. A Nova Aliança / Novo
Adão/ O Antigo e Novo Testamento
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A sandália removida pode indicar a
confirmação da Nova Aliança entre Deus e o homem na pessoa de Cristo. Uma
vez, a sandália do pé direito foi trocada por um sinal de aliança. Conforme
os antigos costumes orientais na hora da conclusão dos contratos, como prova,
trocava-se entre as partes alguns objetos (como hoje são trocadas as
assinaturas das partes que concluíram o contrato). Assim podemos ver na
sandália caindo o sinal da Nova Aliança feita por Cristo. A sandália
removida simboliza a aliança de Jesus com a humanidade.
"Antigamente, quando se faziam resgates ou trocas em Israel, havia este
costume: para dizer que o negócio estava garantido, a pessoa tirava a
sandália e a entregava ao parceiro. Era assim que se fechava um negócio em
Israel. Foi o que fez aquele que tinha o direito de resgate. Ele disse a
Booz: «Resgate você o terreno». E lhe entregou a sandália" (Rt 4.7-8).
Nessa interpretação, Novo Adão, tendo feito a Nova Aliança, confia Maria e a
nós – um sinal - sua sandália. Este foi o acordo sobre a transferência do
direito de preferência à terra. O gesto de remover a sandália na presença de
testemunhas era uma evidência visual, e o próprio sapato / sandália era uma
evidência material da transação.
A sandália que cai do pé de Cristo pode referir-se ao anúncio do
Protoevangelho – “Eu porei inimizade entre você e a mulher, entre a
descendência de você e os descendentes dela. Estes vão lhe esmagar a cabeça,
e você ferirá o calcanhar deles” (Gn 3, 15). Este calcanhar é visível em
numerosos ícones de Nossa Senhora da Paixão. A representação do pé descalço
indica Cristo como anunciado no Antigo Testamento - o Novo Adão, o
Libertador, o Messias que destruiu o pecado. A Virgem Maria em nosso ícone é
de fato a Nova Eva que deu ao mundo o Libertador, Cristo - o Novo Adão.
No ícone Jesus tem um pé com a
sandália (coberto) e o outro descoberto. Assim como as duas posições das
sandálias significam as duas naturezas do Filho de Deus, as duas pernas de
Jesus podem
significar dois testamentos: Antigo e Novo Testamento. A sandália na perna esquerda com o pé
invisível significa o Antigo Testamento, enquanto a direita descoberta
simboliza a revelação de Deus em Jesus.
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6.
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O símbolo da sandália caída no ícone é
interpretado como a chegada do verdadeiro Messias conforme as palavras do
precursor “Depois de mim, vai chegar alguém mais forte do que eu. E eu
não sou digno sequer de me abaixar para desamarrar as suas sandálias. Eu
batizei vocês com água, mas ele batizará vocês com o Espírito Santo” (Mc 1,7
- 8). E já que a correia está desata significa que chegou o prometido
Salvador. Com Ele veio o Reino de Deus que ainda não está perfeito. Por isso
nenhuma pessoa deve ter medo porque com Cristo seremos vencedores dos
sofrimentos e sobre a morte.
A sandália direita caindo nos
permite ver a parte
inferior do pé de Jesus, isso atesta a natureza verdadeiramente humana da Criança. Maria
segura o tesouro nos braços, mas não o cobre. Ela não pode protegê-lo, mesmo
que Ela queira. Ele nem vê a sandália que cai, como se para mostrar que esse
pé exposto, o único contato direto do homem com a terra. Esse pé terá que ser
perfurado com um dos pregos que o Arcanjo Gabriel segura na mão. Alguns
ícones orientais mostram o pé de Jesus exposto e já ferido. O Messias ferido,
descalço, indefeso, vem não como um vencedor triunfante e armado, mas como um pastor que
anda descalço no chão. Ele enviará seus apóstolos também descalços para pregar
Boa Nova da graça de Deus que é maior que a qualquer punição.
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A Igreja como a noiva
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A lei judaica do levirato recomendava
uma certa prática. O sistema de organização da sociedade israelense – em
forma de clãs - garantia da proteção a todos os israelitas, para que, mesmo
após a morte de seus entes queridos, a mulher pudesse contar com a ajuda de
sua família mais ampla. Lei do levirato – “Quando dois irmãos moram juntos e
um deles morre sem deixar filhos, a viúva não sairá de casa para casar-se com
nenhum estranho; seu cunhado se casará com ela, cumprindo o dever de
cunhado”. (Dt 25,5).
“Se ele
persiste e diz que não quer se casar com ela, então a viúva se aproximará
dele, diante dos anciãos, lhe tirará a sandália do pé, lhe cuspirá no
rosto, e fará esta declaração: ‘Isto é o que se faz com um homem que não
edifica a casa do seu irmão’. E em Israel ele ficará com o apelido de ‘a
família do descalçado” (Dt 25, 8-10).
"Vamos ficar alegres e contentes,
vamos dar glória a Deus, porque chegou o tempo do casamento do Cordeiro, e
sua esposa já está pronta: concederam que ela se vestisse de linho puro e
brilhante, - pois o linho representa o comportamento justo dos santos"
Ap 19, 7-8.
O Bem aventurado Papa Paulo VI escreve –
“Não se pode amar a Cristo, mas não amar a Igreja, ouvir a Cristo, mas não a
Igreja, pertencer a Cristo, mas permanecer fora da Igreja" (cf.
Evangelii Nunciandi, 16). Palavras de São Cipriano: "Não pode ter Deus
como Pai, que não tem Igreja como Mãe." A mística do casamento segundo a
lei do levirato e o fato de tirar a sandália (Halica) já teve várias
explicações. Quando um homem tirava a sandália e a entregava à outra parte no
ritual da lei levírica, ele renunciava ao seu direito à noiva. A noiva de
Cristo é a Igreja, e todos nós, como membros, semelhante a noiva devemos
ser comprados (redimidos) por um Homem.
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A sandália de Jesus desamarrada e caindo
– presa apenas por uma fina tirinha - pode significar todos os que estão
enfraquecidos na fé, mas ainda assim pertencem e confessam Cristo. Essa
correia que segura a sandália pelo fio é a devoção mariana que os fiéis
têm. Tais pessoas, como Jesus no
ícone, devem procurar ajuda, socorro, carinho e abrigo em Maria.
A correia que prende a sandália ao pé de
Jesus, e não deixa cair e perder-se pode significar a misericórdia de Deus,
que não permite que o pecador caia, mas se converta. Santo Afonso Liguório no
livro "Glórias de Maria" diz que Jesus está sentado no trono da
justiça enquanto Maria está no trono da misericórdia. “Bendito seja o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de
toda consolação!” – Maria, mãe da misericórdia imita o “Pai das
misericórdias” (2 Cor 1, 3),
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9. A Última Ceia. A
promessa do céu
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"Então Jesus se levantou da mesa,
tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Colocou água na bacia
e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando com a toalha que
tinha na cintura. Chegou a vez de Simão Pedro. Este disse: «Senhor, tu vais
lavar os meus pés?» Jesus respondeu: «Você agora não sabe o que estou
fazendo. Ficará sabendo mais tarde.»" J 13.4-7.
Na Quinta-feira santa, a igreja celebra
o lava-pés. Na Bíblia, esse gesto expressou hospitalidade e depois foi
praticado em comunidades religiosas como uma expressão de serviço.
Aproximamo-nos de Jesus com as pernas sujas. Caminhamos e chegamos a Ele,
trazemos a ele o pó e a sujeira de nossas vidas, e Ele nos lava. Existe
também um anúncio de preparação para a morte de Jesus ligado com o gesto de
lavar e ungir os pés. “Maria levou quase meio litro de perfume de nardo puro
e muito caro. Ungiu com ele os pés de Jesus e os enxugou com seus
cabelos” Jo 12,3.
“Pedro disse: Tu não vais lavar os meus
pés nunca!» Jesus respondeu: «Se eu não o lavar, você não terá parte comigo”
Jo 13,8. O Cristo Ressuscitado subiu ao céu e nos deixou suas sandálias para
nos ensinar como caminhar nesta terra. A sandália que cai pode significar que
todos que contemplarem a paixão de Cristo serão salvos e colocarão os pés
em Sua morada eterna.
A Sandália é
também considerada na Bíblia como um símbolo da proteção de Deus. "Eu
fiz vocês caminharem quarenta anos pelo deserto, sem que as suas
vestes envelhecessem e as sandálias de seus pés gastassem” (Dt 29,4).
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10.
As sandálias do
missionário. A missão da comunidade
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“Como poderão anunciar se ninguém for
enviado? Como diz a Escritura: «Como são belos os pés daqueles que
anunciam boas notícias!” Rm 10, 15.
“Graças ao misericordioso coração do nosso Deus, o sol que nasce do
alto nos visitará, para iluminar os que vivem nas trevas e na sombra da morte;
para guiar nossos passos no caminho da paz” (Lc 1, 78-79). “Mandou que andassem
de sandálias e que não levassem duas túnicas” (Mc 6,9). “Estejam, portanto,
bem firmes: cingidos com o cinturão da verdade, vestidos com a couraça da
justiça, os pés calçados com o zelo para propagar o evangelho da paz;
tenham sempre na mão o escudo da fé, e assim poderão apagar as flechas
inflamadas do Maligno” Ef 6, 14-16. São Paulo percebe o cristão como aquele
em cujos pés estão calçados, vê-o como um homem cuja vida é semelhante à de
um soldado que está na estrada, fora de casa e participa da luta. Os pés
calçados de sandálias estão prontos para partir, para começar a jornada
missionária. Sobre a prontidão para a missão/saída assim orientou Moises ao
seu povo: “Vocês devem comê-lo assim: com cintos na cintura, sandálias nos
pés e cajado na mão; vocês o comerão às pressas, porque é a páscoa de
Javé” (Ex 12,11). “E o anjo continuou: «Aperte o cinto e calce as
sandálias.» Pedro obedeceu, e o anjo lhe disse: «Ponha a capa e venha
comigo” (At 12,8).
O ícone mostra apenas os pés de Jesus,
as pernas e os pés de Maria e dos arcanjos são invisíveis. Parece que é um
ícone “inacabado”. Contemplando o ícone do Perpétuo Socorro podemos concluir
que hoje nós somos as pernas desse ícone[3].
Somos uma comunidade que contempla o ícone e quem sabe deveríamos terminar os
trabalhos que o artista deixou. O ícone permanece não acabado - incompleto
-sem pessoas, os fiéis que oram na frente dele. Um ícone sem uma
comunidade (quem o contemple) não está completo.
A festa do “Corpus Christi” tem vários
significados. Na Idade Média, foi dito sobre o "corpo triplo de
Cristo" (triplex Corpus Christi). Não sobre os três, mas um que existe
de diferentes maneiras. Primeiro, o corpo histórico de Jesus - aquele em que
ele morreu, ressuscitou dos mortos e ascendeu ao céu. Em segundo lugar - a
Eucaristia. E a terceira – a Igreja - maneira de presença sobre a qual
escreve São Paulo: “Vós sois o corpo de Cristo” (1 Cor 12, 27).
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O sapato de couro mais antigo do mundo. O calçado,
que estava em uma caverna na Armênia, tem idade estimada em 5.500 anos
|
segundo o artigo de Janusz Lemański
„Sandały i ich symbolika w Starym Testamencie”[4]
1.
O respeito perante
o “sacrum”
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Estar e andar
descalço na “terra santa” significa a pequenez do crente e a adoração a Deus.
“Javé viu Moisés que se aproximava para olhar. E do meio da sarça Deus o
chamou: «Moisés, Moisés!» Ele respondeu: «Aqui estou». Deus disse: «Não se
aproxime. Tire as sandálias dos pés, porque o lugar onde você está pisando
é um lugar sagrado». E continuou: «Eu sou o Deus de seus antepassados, o
Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó». Então Moisés cobriu o
rosto, pois tinha medo de olhar para Deus” (Ex 3,4-6).
“Então Josué prostrou-se com o rosto por
terra e o adorou. A seguir perguntou: «O que diz o meu Senhor a seu servo?» O
chefe do exército de Javé respondeu: «Tire as sandálias dos pés, porque o
lugar onde você está pisando é lugar sagrado». E Josué assim o fez” Js
5,14-15).
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2.
Invasão militar e o
luto
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As sandálias
(botas) tem a conotação militar. “Por outro lado, você sabe o que me fez
Joab, filho de Sárvia: ele matou Abner, filho de Ner, e Amasa, filho de
Jeter, os dois chefes do exército de Israel. Em tempo de paz, ele vingou o
sangue derramado na guerra, manchando assim de sangue inocente o cinturão
de meus rins e a sandália de meus pés” (1 Rs 2,5).
“No meio dele,
ninguém se cansa, ninguém tropeça; ninguém tem sono, ninguém cochila; ninguém
desaperta o cinturão, ninguém desamarra a correia das sandálias” (Is
5,27).
“Porque toda bota
– sandália militar - que pisa com barulho e toda capa empapada de sangue
serão queimadas, devoradas pelas chamas” (Is 9,4).
“Moab é a
bacia onde me lavo. Sobre Edom atiro a minha sandália, e sobre a
Filistéia canto vitória” (Sl 60,10=Sl 108,10).
A pessoa que está descalça é o símbolo
do ritual de luto. “Então, Javé falou por intermédio de Isaías, filho de
Amós, como já lhe havia dito antes: «Vamos! Tire esse pano de saco do
corpo e as sandálias dos pés». Assim fez Isaías, que começou a
andar nu e descalço. Depois Javé disse: Assim como Isaías, meu servo, andou
nu e descalço por três anos, esse fato será um sinal e um exemplo para o
Egito e a Etiópia. Pois é assim que o rei da Assíria vai levar os cativos do
Egito, os exilados da Etiópia, jovens ou velhos: estarão nus e descalços,
com as nádegas de fora (a vergonha do Egito) (Is 20,2-4). O sinal profético
da futura escravidão.
“Gema em
silêncio, e não siga os costumes do velório. Use turbante, calce sandálias,
não cubra a barba e não aceite pão dos vizinhos; usarão turbante, calçarão
sandálias, não vestirão luto, nem chorarão. Vocês vão se acabar por causa
de sua própria culpa e se lamentarão uns com os outros” (Ez 24, 17.23).
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3.
A proteção divina
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“Eu fiz vocês
caminharem quarenta anos pelo deserto, sem que as suas vestes
envelhecessem e as sandálias de seus pés gastassem” (Dt 29,4).
“Os habitantes
de Gabaon, ouvindo o que Josué tinha feito com Jericó e Hai, usaram um
estratagema: juntaram provisões, carregaram os jumentos com sacos velhos e
odres de vinho velhos, rasgados e consertados; calçaram os pés com
sandálias velhas remendadas, vestiram-se com roupas velhas, e o pão que
levavam para comer era seco e esmigalhado; Estes odres de vinho eram novos
quando os enchemos; e agora aqui estão, todos rasgados. Nossas roupas e sandálias
estão gastas por causa do longo caminho que fizemos” (Js 9 3-5.13).
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4.
Símbolo da justiça -
injustiça
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“Assim diz
Javé: Por três crimes de Israel e pelo quarto, eu não vou perdoar: porque
vendem o justo por dinheiro e o necessitado por um par de sandálias;
pisoteiam os fracos no chão e desviam o caminho dos pobres!”; “Quando vai
passar o sábado, para abrirmos o armazém, para diminuir as medidas, aumentar
o peso e viciar a balança, 6 para comprar os fracos por dinheiro, o necessitado
por um par de sandálias, e vender o refugo do trigo?” (Am 2,5- 6 e 8,
5-6).
As expressões
que falam da “sandália” fazem parte da acusação contra a injustiça social em
Israel. Denunciam a corrupção e propinas.
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5.
Símbolo da beleza
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“Vire-se,
vire-se, Sulamita. Vire-se, vire-se...queremos contemplar você! Sulamita: «O
que vocês olham na Sulamita, quando ela baila entre dois coros?» O
amado: Os seus pés...como são belos
nas sandálias, ó filhas de nobres! As curvas de seus quadris, que parecem
colares, obras de um artista” Ct 7,2).
“(Judite) Calçou
sandálias e enfeitou-se com braceletes, colares, anéis, brincos e todas
as suas jóias. Ficou belíssima, capaz de seduzir os homens que a vissem” (Jd
10,4); “Sua sandália cativou o olhar dele (Holofernes). Sua beleza lhe
escravizou a alma, e a espada lhe cortou o pescoço!” (Jd 16,9). A sandália
como símbolo da mulher rica e bonita.
|
6.
Reflexologia podal
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1. O comportamento natural de uma
criança. O indefeso. A humanidade de Cristo.
2. A humildade de João Batista e a
dignidade e grandeza de Maria
3. Kenosis – o despojamento de
Cristo. A revelação da intimidade. A conquista da liberdade e dignidade
4. Jesus, verdadeiro homem. Pobreza
extrema
5. A Nova Aliança / Novo Adão/ O
Antigo e Novo Testamento
6. O verdadeiro Messias – ferido
7. A lei do levirato - A Igreja como
a noiva
8. A devoção mariana. A correia da
misericórdia
9. A Última Ceia. A promessa do céu
10.
As sandálias do missionário. A missão da comunidade
As "Sandálias de Cristo" na
basílica de Prüm – Alemanha.
|
2. Invasão militar e o luto
3. A proteção divina
4. Símbolo da justiça - injustiça
5. Símbolo da beleza
6. Reflexologia podal
Organização:
Pe. José Grzywacz, CSsR Mais em: mariologiapopular.blogspot.com
[2] Na medicina (neurologia), o reflexo
plantar, reflexo de Babinski é um reflexo descoberto por Joseph Babinski, um
neurologista francês de ascendência polonesa, que pode identificar doenças da
medula espinhal e cérebro e que também existe como reflexo primitivo em bebês.
O termo sinal de Babinski refere-se ao sinal do reflexo plantar patológico,
quando há a extensão do hálux (1º dedo do pé).A presença do reflexo (extensão
do hálux) é uma reação normal em crianças até 2 anos de idade. Em adultos
indica lesão neurológica. Sua assimetria, isto é, o fato de ser observado em
apenas um dos membros, indica qual hemisfério cerebral foi lesionado.
[3] O. Antonio Puerto CSsR
[4]
http://bazhum.muzhp.pl/media//files/Studia_Koszalinsko_Kolobrzeskie/Studia_Koszalinsko_Kolobrzeskie-r2012-t18-n1/Studia_Koszalinsko_Kolobrzeskie-r2012-t18-n1-s67-92/Studia_Koszalinsko_Kolobrzeskie-r2012-t18-n1-s67-92.pdf
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!