“Maria aparece como Nossa Senhora,
não só por ser de nossa raça, mas porque Ela é o nosso sim à salvação operada
pelo Pai por meio de seu Filho” (Pe. Peter Hans Kolvenbach,SJ).
Uma boa experiência dos Exercícios
Espirituais (EE), é a proposta de viver marianamente na vida corrente, pois a
“ação da Igreja no mundo é como um prolongamento da solicitude de Maria”
(Marialis Cultus 28,2). Sempre pronta a servir, movida de misericórdia, atenta
às necessidades do mundo, inclinando-se para ajudar como em Caná. Maria, não
desanima, pois está centrada na firmeza da fé e, por isso, se compromete com
seu povo quando canta no Magnificat.
Na Anunciação, Maria reflete,
dialoga e decide com pleno conhecimento de causa (cf. Lc 1,38). “Aparece como
autêntica parceira de Deus” (cf. Clodovis Boff, Mariologia Social, 415). A
diferença é que nela a Graça atuava de modo pleno, em unidade com uma vontade
igualmente plena.
Viver marianamente é uma proposta
de vida, com olhos fixos em Jesus, tal qual nos propõem os Execícios
Espirituais, pois, ao contemplarmos Maria, concebida sem pecado original, somos
ajudados a encarar de frente nossos pecados; ao contemplarmos o “Sim” de Maria,
nos encoraja o nosso consentimento generoso ao amor de Deus; ao contemplarmos a
solidão de Maria, ganhamos força em nossa fé e, ao contemplar aquela que
acreditou, somos contagiados com sua alegria para vivermos na esperança, onde
em tudo podemos amar e servir.
Podemos dizer que Maria não é só
objeto de contemplação; ela atua dentro da própria contemplação, onde
observamos a plenitude da graça, não só do Pai ao Filho, que vem do “alto”, mas
também numa filha que vem “de baixo”, tão humana como nós.
Somos peregrinos, empreendendo
nossa marcha rumo à glória, pois, se a graça desce a nós pelo “Sim” de Maria,
nossa subida à alegria pascal derramada sobre nós se efetua pela mediação de
Maria, que não é concorrente com a do “único mediador” (1Tm 2,5), mas introduz
a mediação do Filho.
Para Santo Inácio, Nossa Senhora é
“parte” e “porta” da graça. Pois, o objetivo central dos EE é a Eleição, que é
a tomada de consciência da vontade de Deus sobre aquele que faz o exercício, ou
seja, o exercitante. E, antes que o exercitante contemple a vida pública de
Jesus, é proposta a Jornada Inaciana, que se trata de uma introdução ao
discernimento que culminará com a Eleição. Nesses exercícios, é proposto que se
faça duas vezes e que se façam duas repetições do mesmo, terminando sempre com
três colóquios: a Nossa Senhora, ao Filho e ao Pai (EE 168). À Mãe sempre
pedimos que alcance de seu Filho a graça.
Como peregrinos, seguimos a
experiência cada vez mais contemplativos na ação, pois “Na rota que conduz à
libertação cristã e serviço a Deus e à Igreja, Maria é, especialmente, Nossa
Senhora, que acima de todo esforço humano de conversão, de discernimento, de
configuração à Cruz e à Glória, assume diariamente, por sua intercessão, a
liberdade do exercitante para que essa intercessão converta-se em graça filial”
(cf. René La Fontaine SJ, Revista ITAICI, nº 94 – dezembro/2013, p.77).
Na vida cotidiana, “viver
marianamente” é o melhor “Exercício Espiritual”.
Eduardo Lopes Caridade
Associado da Academia Marial
Komentarze
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!