A devoção mariana em Santo Afonso
de Ligório
Um apaixonado pela Santíssima
Virgem
Santo Afonso, bispo, fundador dos
Missionários Redentoristas e Doutor da Igreja, grande luminar da Igreja e de
quem não se pode falar e não se pode compreender o pensamento sem que se fale
de sua profunda devoção mariana. Desde menino, rezava com sua mãe o Ofício de
Nossa Senhora e o rosário. Todos os seis filhos do casal Ligório foram formados
na escola de Maria e as moças traziam em seu nome o nome da Mãe de Jesus. Na
casa onde nasceu e viveu parte de sua infância, Santo Afonso se recordará na
sua velhice das orações em família no oratório dedicado à Virgem Maria.
Ainda jovem, por influência de seu
pai, filiou-se à Confraria de Santa Maria da Misericórdia, chamada de
"Misericordella", uma instituição formada majoritariamente por leigos
da alta nobreza napolitana, que alimentados pelo mandato de Nosso Senhor de
amar ao próximo como a si mesmo, buscava aliviar os sofrimentos dos mais pobres
e doentes. Essa confraria buscava um duplo alívio para as pessoas: o corporal,
através de remédios, alimentos, roupas ou outras necessidades que eram supridas
com o auxílio financeiro desses jovens nobres e também o alívio espiritual,
obtido graças à catequese e recepção dos sacramentos a que muitos pobres
passavam a ter acesso após o contato com os jovens dessa confraria. Esse
trabalho apostólico que estava sob a proteção de Nossa Senhora iria influenciar
decisivamente a vida do jovem Afonso de Ligório para sempre, definindo
inclusive boa parte de seu projeto de fundação da Congregação do Santíssimo
Redentor.
Por volta do segundo decênio do
século XVIII, o jovem Afonso já era um brilhante advogado, um prodígio!
Laureado em direito civil e eclesiástico com apenas 16 anos! Dos 16 aos 26
advogou sem nunca perder uma única causa e, embora sentisse alguma inclinação
para a vida consagrada, nunca havia cedido a esses desejos, querendo agradar
seu pai, porém, aos 26 anos, a Providência Divina, pelas mãos de Nossa Senhora
irá atraí-lo com um artifício interessante: numa causa delicada o juiz é
subornado e o jovem advogado perde uma causa que envolvia parentes do rei de
Nápoles e o sobrinho do papa. Vencido pela desonestidade humana, o jovem Afonso
busca refúgio em Nossa Senhora das Mercês e diante de um altar numa das igrejas
de Nápoles passa horas rezando. Ao levantar-se já era outro homem! A conversão
que lhe faltava foi alcançada pela Mãe de Deus e sob altar de Nossa Senhora,
Afonso depõe sua espada de nobre e se decide pelo sacerdócio e mais tarde
também pela vida consagrada.
Maria Santíssima sempre o
acompanhou por toda a parte. Já padre, em 1732, cai doente, pensa que irá
morrer e pede a cura a Nossa Senhora. A cura veio, mas os médicos e seu bispo o
obrigaram a se retirar para descansar nas montanhas de Scala, perto da Costa
Amalfitana. O descanso virou missão. Deparou-se com a ignorância religiosa
daquele povo e decidiu-se a cuidar dos mais pobres e abandonados. Outra vez
diante de um altar de Nossa Senhora toma a firme resolução de fundar uma
congregação para evangelizar os mais pobres e esquecidos.
No decorrer de sua vida pregará
muito sobre Maria e deixará para a história muitos registros de sua grande
devoção através dos vários desenhos e pinturas que fará, espalhando-as pelas
casas de sua congregação. Em 1750, após dez anos de intensa pesquisa e trabalho
minuciosíssimo publica uma das maiores, senão a maior pérola da mariologia, sua
genial obra "Glórias de Maria". Na Itália, rapidamente essa se torna
a obra espiritual com o maior número de edições ainda durante a vida de Santo
Afonso. Após sua morte essa obra continuará a ser reeditada até o presente, tal
a sua atualidade e utilidade.
No fim de sua vida, já velho e
doente o bispo e fundador dos redentoristas se recolheu no convento da cidade
de Ciorani dei Pagani, onde viveu até os 90 anos. Com o tempo sua memória foi
se enfraquecendo, mas insistentemente perguntava quatro ou cinco vezes ao dia
para o irmão redentorista que cuidava dele se já havia rezado seu rosário;
percebendo-se inoportuno justificou-se:
“Que o bom irmão não se irrite
comigo, pois pergunto se rezei o rosário porque disso depende minha salvação.”
De fato, o próprio santo nos ensina
nas “Glórias de Maria” que “o verdadeiro devoto de Maria não se perde
jamais". Que Santo Afonso interceda por todos nós em nosso caminho para
Cristo sob o olhar atento de sua e nossa Mãe, Maria Santíssima.
Luiz Raphael Tonon é professor de História e Filosofia,
gestor do Núcleo de Teologia do IFE Campinas e leigo consagrado da Comunidade
Católica Pantokrator (raphaeltonon@ife.org.br). Associado da Academia Marial.
Komentarze
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!