Maria e o Espírito Santo nas Sagradas Escrituras
O único caminho que temos para
nos aproximarmos, de modo responsável e reverente, da relação entre o Espírito
Santo e Maria reside nas Sagradas Escrituras, sobretudo nos “Evangelhos da
Infância” de Mateus e de Lucas. Lá encontramos as fontes que nos revelam a
singularidade da relação entre a Mãe do Senhor e o Divino Paráclito.
Nota-se uma opinião comum de que se fala pouco de Maria no Novo
Testamento e isso pode incorrer em um juízo acrítico, sobre um contexto
histórico-salvífico global das páginas neotestamentárias. De fato, sob uma
abordagem estatística, podemos dizer que isso é verdade, inclusive comparando
Maria a outros personagens bíblicos. Mas, se pensarmos a questão de modo não
quantitativo, mas qualitativo, vemos que Maria se coloca nas Escrituras como
parte importante do desígnio salvífico, desencadeado pela livre iniciativa
bondosa de Deus.
A partir de uma atenta leitura dos textos que falam de Maria, percebemos
que esses textos estão em contextos estratégicos e de essencial densidade:
estratégicos, porque mostram o desenvolvimento da história da salvação, em suas
grandes etapas significativas, compreendida na Encarnação, junto à Cruz e em
Pentecostes; e essenciais, porque estão visceralmente ligados ao mistério da fé
cristã, ou seja, à confissão de que Jesus é o Messias, o Filho do Deus.
Especificamente no que tange a relação entre Maria e o Espírito Santo,
devemos primeiramente refletir com os dois primeiros capítulos de Mateus e
Lucas, que nos falam que a encarnação do Verbo é fruto da ação do Espírito
Santo em Maria.
Essa ação não foi compreendida pela Igreja como algo meramente
utilitarista da parte de Deus para a geração humana de seu Filho. O Pai, ao
dar-nos seu Filho pela força do Espírito Santo, escolheu uma mulher pobre de
Nazaré e fez dela um sinal privilegiado da fecundidade do Espírito Santo, que
desde sempre agiu na história para tudo conduzir à plena comunhão com a
Trindade.
Também o trecho de Atos 1,14 reflete de modo muito singular a relação
entre Maria e o Espírito Santo. Maria, em oração com os seguidores de Jesus no
Cenáculo, é o “Ícone da Igreja orante”, mostrando-nos que a oração é um ato
eclesial no vínculo do Espírito Santo.
A partir desses textos, a Patrística irá desenvolver ampla reflexão
sobre outros aspectos relacionados à natureza humana e divina de Jesus, que nos
levarão a compreender melhor a pessoa e o papel de Maria na história da
salvação. Essa reflexão, feita no seio do sensus fidelium, nos ajudou a
entender a grandeza da maternidade de Maria, sua virgindade consagrada e seu
papel de intercessora na força do Espírito Santo.
Também a maternidade de Maria, sob a força do Espírito Santo, trará
importantes contribuições na compreensão da Igreja como lugar materno da
manifestação de vida do Espírito Santo, mediante os sacramentos, a pregação da
Palavra e a opção pelos pobres.
A reflexão bíblica sobre a relação entre Maria e o Espírito Santo nos
ajuda em nossa autocompreensão de homens e mulheres marcados pelo santo crisma,
com o “selo do Espírito”, o que retrata nossa dignidade de povo de Deus e de
pessoas comprometidas com o sopro de vida do Paráclito, que buscam um mundo
mais justo e fraterno.
Frei Jonas Nogueira da Costa, ofm
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Frei Jonas Nogueira da Costa é um dos palestrantes do XIII Congresso
Mariológico,
que vai acontecer de 15 a 18 de maio, em Aparecida (SP).
Sua primeira participação será no dia 15 de maio, com o tema ‘Maria e o
Espírito Santo na Bíblia’.
No dia 16, faz sua segunda palestra, trazendo reflexões sobre ‘Maria e o
Espírito Santo na Tradição Cristã'.
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!