SANTO AFONSO E NOSSA SENHORA
Santo Afonso Maria de Ligório
exerceu grande influência sobre a mariologia e a piedade mariana de nosso povo.
É considerado um dos autores marianos mais lidos na Igreja, ao lado de S.
Bernardo e S. Luis Maria de Montfort. Está na lista dos servos de Maria.
Santo Afonso foi um missionário
popular do século XVIII (1696-1787), que pregou muitas missões populares e
escreveu muito para evangelizar o povo do sul da Itália. Dedicou um afeto
especial pela Mãe de Deus. Na sua obra espiritual, Maria ocupa lugar importante
que lhe outorga da Palavra de Deus na história da salvação.
Sacerdote e Bispo
Santo Afonso nasceu em Nápoles,
Itália, aos 27 de setembro de 1696.
Aos 16 anos, formou-se em
advocacia, tornando-se doutor em direito civil e eclesiástico. Exercendo bem
sua profissão, ele se sobressaiu por sua competência, ética e sucessos no foro
de Nápoles.
Entretanto, conhecendo a corrupção
no mundo jurídico, resolveu abandonar a brilhante carreira. Vencendo a oposição
do pai, que era contra a sua decisão, seguiu a vocação sacerdotal. Ordenou-se
presbítero a 21 de dezembro de 1726, aos 30 anos de idade.
Em 9 de novembro de 1732, na
cidadezinha de Scala, no Reino de Nápoles, Itália, Santo Afonso, compadecido da
situação dos pobres e abandonados, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor.
Nomeado bispo de Santa Águeda dos
Godos em 1762, Afonso dirigiu a diocese com zelo exímio durante 13 anos,
cuidando da orientação do povo de Deus e da formação do clero. Debilitado pela
doença e pela idade, renunciou ao episcopado e retornou para o aconchego de sua
Congregação, em 1775, com seus 79 anos. Morreu piedosamente entre os seus
congregados, no dia 1° de agosto de 1787.
Escritor Popular e Mariano
Para alimentar a vida cristã entre
o povo, Afonso escreveu mais de cem livros, principalmente de teologia moral e
de espiritualidade. Foi brilhante erudito e escritor popular. Suas obras estão
traduzidas para 61 idiomas, no mínimo, possuindo várias edições.
Eco e testemunho da devoção mariana
de Afonso são também os cânticos populares, dos quais o mais célebre é: “Ó
minha bela esperança”.
Afonso era, também, poeta, pintor e
músico consumado. Vários hinos que compôs ainda são extremamente populares na
Itália e em outros lugares.
Pela influência que exerceu e
exerce na piedade mariana, Afonso é considerado o exímio mestre da mariologia e
do culto a Maria. Toda a sua vida, caracterizada por uma devoção mariana
profunda e afetuosa, está marcada por intervenções da Mãe de Deus que o curou
de diversas doenças e o favoreceu com aparições e comunicações sobrenaturais.
Santo Afonso reconheceu a presença
forte e significativa de Maria em sua vida. Ele mesmo afirmou: “Tudo o que de
bem me aconteceu: a minha conversão, a minha santa vocação e tantas outras
graças, tudo, reconheço-o, me foi dado por Vossa Intercessão. Sabeis ainda que,
para vos ver amada de todos, como mereceis, para vos testemunhar também, de
algum modo, o meu reconhecimento pelos vossos inúmeros benefícios, dediquei-me,
sempre e em toda parte, em público e em privado, a falar de vós e a comunicar a
todos a vossa doce e salutar devoção” (As Glórias de Maria, súplica).
Eco e testemunho da devoção mariana
de Afonso são também os cânticos populares, dos quais o mais célebre é: “Ó
minha bela esperança”.
Glórias de Maria
Afonso nos deixou a célebre obra
mariana, que é preciosa pérola na mariologia: “Glórias de Maria”. Publicada em
dois volumes em 1750, é fruto de 16 anos de pesquisa. Procura fazer exposição
positiva “para que os fiéis, com a sua leitura, facilmente se inflamem no amor
a Maria; para, sobretudo, proporcionar aos sacerdotes os materiais convenientes
para difundirem, pela pregação, a devoção a esta divina mãe” (Glórias de Maria,
introdução).
As “Glórias de Maria” alcançaram o
maior sucesso. É considerado um best-seller dos livros marianos, com 1100
edições em diversas línguas. Trata-se de “uma obra-prima de teologia orante e
contemplativa, aparecida num mundo a desmoronar-se” (E. Böminghaus, escritor).
As “Glórias de Maria” são excelente
subsídio pastoral e teológico para o culto mariano do povo. Na obra, Afonso,
“querendo revalorizar a piedade popular, conseguiu elevá-la, alimentá-la de
teologia. O método afonsiano apresenta-se como um estimulante para os agentes
da pastoral, que procuram elaborar uma espiritualidade mariana popular para o
nosso tempo” (S. de Fiores, teólogo).
Outros Textos Marianos
Nas “Meditações de Advento”, Santo
Afonso argumentou que Maria é a mulher eleita pelo Pai do Céu, em seu plano
salvífico, para dar aos seres humanos seu Filho, ao cumprir-se a plenitude dos
tempos, e para receber d’Ele a filiação divina (cf. Gl 4,4-5). É também a
humilde serva do Senhor que faz de sua vida um “sim” total, uma doação plena.
Nas “Meditações sobre a Paixão”,
Santo Afonso deixou claro que o centro é Jesus Cristo, o Redentor. Maria ocupa
o lugar que lhe dá o Evangelho. Junto à cruz de Jesus, de pé, renovando o seu
“sim”, aceitando com a mesma fidelidade do começo, a maternidade da Igreja lhe
é oferecida pelo Filho (cf. Jo 19, 25-27).
Santo Afonso deixou claro que o
centro é Jesus Cristo, o Redentor. Maria ocupa o lugar que lhe dá o Evangelho.
Junto à cruz de Jesus, de pé, renovando o seu “sim”.
Na “Novena do Espírito Santo”,
Santo Afonso contemplou a figura de Maria reunida em oração com a primeira
comunidade cristã (cf. At 1,12-14). Ela é quem mais sabe do Espírito porque foi
o Espírito “quem acumulou de imensos favores a alma de Maria”, a Mãe de Deus, e
“quem se dá à primeira comunidade em seus carismas”. Maria é modelo de oração,
a grande orante. A constante referência de Afonso à presença maternal de Maria
em seu mistério de salvação nasce daqui: Deus, em seu admirável agir, escolheu
Maria para Mãe do Redentor e Mãe da Igreja, “esperança e refúgio de todos os
redimidos”.
No livro de “Visitas a Jesus
Sacramentado e a Nossa Senhora”, Santo Afonso escreveu e legou-nos belas e
profundas orações marianas. Em uma de suas preces, ele assim se exprimiu:
“Maria é aquela torre de Davi, de que fala o Espírito Santo nos sagrados
Cânticos: ‘Ao redor dela se elevam fortalezas; ali se veem suspensos mil
escudos e todas as armas dos valentes’ (Ct 4,4). Vós sois, portanto, Virgem
Santíssima – como diz Santo Inácio Mártir – ‘um escudo inexpugnável para
aqueles que andam empenhados no combate’. Como são numerosos os assaltos dos
meus inimigos para me privarem da graça de Deus e da vossa proteção, Senhora
minha querida! Mas vós sois a minha força; não vos dedignais de combater por
aqueles que em vós põem a sua confiança, e por isso Santo Efrém diz que ‘sois a
salvaguarda dos que em vós confiam’. Defendei-me, pois, e combatei por mim, que
em vós deposito toda a minha confiança e toda a minha esperança. Maria, Maria,
vosso nome é a minha defesa”.
Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R.
Komentarze
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!