Fátima
e Aparecida, a mesma «Senhora Imaculada»
Centenário
de duas devoções marianas com profunda eclesiologia e mariologia - Pe. Rafael
Maria, osb
Dentro
das comemorações do Tricentenário do encontro da imagem de Nossa Senhora da
Conceição Aparecida [1717-2017] e o Centenário [1917-2017] das célebres
mariofanias (aparições marianas) de Nossa Senhora do Rosário de Fátima em
Portugal, ambos os santuários tiveram uma feliz ideia de irmanar-se com gestos
recíprocos de troca de imagens marianas. O santuário de Fátima doou uma imagem
de Fátima para o santuário aparecidense e o santuário de Aparecida, uma imagem
para o santuário português. Este gesto simbólico é sinal de fraternidade e
conduta amigável de unidade, concórdia e forte testemunho de piedade marial.
Mas por traz existe um ato que dá significado destas “duas” Senhoras.
Embora com datas e acontecimentos diferentes ao qual Deus
quis se manifestar através da presença da Virgem, estas duas mariofanias estão
intimamente interligadas teologicamente. O encontro da imagem aparecidense
entra no esquema das mariofanias e daí possui uma tônica de ação divina pelos
acontecimentos subsequentes.
Fátima,
devoção iniciada em 1917 e Aparecida em 1717 trouxeram benefícios espirituais
muito fortes para Igreja em continentes diferentes. Fátima, com sua tonalidade
espiritual e política, influenciou no combate a ideologia do Comunismo
contrário aos valores e dignidade do homem. Assim como sua forte mensagem de
conversão e penitência.
Aparecida
por sua vez caminhou na história da Igreja no Brasil e só no Brasil, sem
nenhuma influência externa ou sem nenhum interesse internacional justamente por
causa de uma falta de estudos mais profundos. Porém é uma das manifestações
marinas populares apreciada e admirada também fora do Brasil pela quantidade de
fiéis que visitam o santuário, pela grandiosidade física do santuário. Contudo,
entre Fátima e Aparecida os laços mariológicos são muito fortes por vários
motivos centrados em simbologias e mariologias:
1º A
imagem aparecidense possui traços da arte portuguesa, embora o escultor seja
considerado brasileiro recebeu toda a sua formação teológica em Portugal. Pois
atribui-se a confecção da imagem aparecidense ao monge beneditino, Frei
Agostinho de Jesus († 1661). Segundo alguns autores, querem encontrar na
imagem, traços brasileiros (índio, negro e branco). Mas a imagem possui traços
tipicamente portugueses com matizes bíblicos inspirada no Cântico dos Cânticos,
como o foi todas as iconografias e esculturas da Imaculada Conceição ao longo
dos séculos.
2º
Embora a invocação em Fátima queira se chamar a «Senhora do Rosário». Título
inusitado em uma mariofania, no entanto traz em si as características físicas
da Imaculada Conceição. Como? Vejamos alguns detalhes da imagem de Fátima:
A).
Ela aparece toda vestida de branco, onde associamos às várias iconografias da
Imaculada de antigas datadas. Ora, o branco sempre foi a cor simbólica da
isenção do pecado em Maria.
b)
Nossa Senhora aparece sobre uma árvore, onde encontramos forte relação com Gn
3,22, «a árvore da vida», a escolha entre o bem e o mau, assim como a vitória
do Redentor (cf. Gn 3,15) e, a árvore da Cruz (Teodoro Estudita, † 826). Vemos
que em Fátima a Virgem pergunta aos pastorinhos se querem ajudar a salvar, a se
sacrificar pelos pecadores… etc. O símbolo da árvore em Fátima, está associado
à escolha, a decisões que devemos fazer, frente ao Bem e ao Mau. Assim, como
Deus fez aos nossos primeiros pais na sua inocência antes do pecado, onde
quiseram livremente aderir à desobediência. Ainda, a árvore está relacionada à
imortalidade Gn 3,22, que se refere a Assunção de Maria.
Lembremos
que, a nação portuguesa e suas colônias (Brasil) foi consagrado pelo então rei
de Portugal, Dom João IV em 1646 a Nossa Senhora da Conceição. Como também foi
proclamada Rainha da nação portuguesa e de suas colônias pelo mesmo rei. Ora,
nada impede de detectar que nas mariofanias em Fátima, Nossa Senhora venha
caracterizada do que Ela é na sua essência para esta nação e para o mundo,
«Imaculada». A identidade de Nossa Senhora por decisão do soberano, seja para
Portugal, seja para o Brasil, é Nossa Senhora da Conceição, hoje conhecida como
a Imaculada Conceição da Virgem Maria.
3º.
Os apelos de ambas as mariofanias são idênticos: Fátima à conversão e a penitência.
Um voltar integral a unidade com Deus e aos irmãos pela paz. Aparecida embora
ser um encontro de uma imagem e ser silenciosa, também nos convida a unidade
através do encontro de duas partes quebradas de uma só imagem. E sua cor escura
não é em sentido a identificação aos escravos, mas à paz interna e externa da
Igreja. Sobre o tema da unidade aparecidense que apresentamos aqui, já
refletimos por três vezes em vários artigos como nas revistas Grande Sinal…,
Paróquias & Casa Religiosas… e, no site da Academia Marial de Aparecida…
Recentemente abordamos amplamente na obra “Guadalupe, Aparecida Lourdes. Três
mariofanias, uma mesma mensagem”. Edições Mensageiro de Santo Antônio: SP 2014.
Portanto,
que seja estes gestos de união entre estes dois belíssimos santuários motivo
para nós, batizados reavaliarmos nossa conduta de amor a Cristo e ao Evangelho,
assim como autênticos devotos de Maria, propagar o reino de unidade e de paz.
Recuperar os irmãos sem expulsá-los do nosso meio, principalmente os que erram.
Fazendo assim, a Igreja será vista como sinal concreto que pertencemos e
tralhamos pelo Reino do Senhor.
Pe.
Rafael Maria é doutor em mariologia pela Pontifícia Faculdade Teológica
«Marianum» de Roma. Ministra dois cursos de Mariologia em www.cursos católicos.com.br
. É formado para Postulação para Beatificação e Canonização pela Causa dos
Santos. Informações: d.rafaelmariaosb@hotmail.com
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!