1717:
três pescadores, uma rede e um milagre!
Tatiana
Bettoni e Rosane Pereira

A
peça que representa a Virgem Maria foi encontrada por três pescadores.
João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia foram encarregados de
conseguir peixe para o banquete que a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá
iria oferecer a Dom Pedro de Almeida e Portugal, o Conde de Assumar, que à
época também era o Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais.
Após
tentativas frustradas de pesca, os humildes servos de Deus ‘pescaram’ o corpo
da santa e, em seguida, sua cabeça. A data do ocorrido é baseada no relato do
“Diário da Jornada do Conde de Assumar”, que passou treze dias na comunidade. O
período é confirmado no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (I Livro do
Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá - 1757) e no Arquivo Romano
da Companhia de Jesus, em Roma (1748-1749).
A
Imagem possuía quarenta centímetros de altura, esculpida em terracota, uma
argila que, depois de modelada, é cozida em forno apropriado.
O
estilo da obra é seiscentista, ou seja, foi produzida a partir de 1600 d.C.
(século XVII). Isto foi atestado por diversos especialistas em obras sacras,
entre eles doutor Pedro de Oliveira Ribeiro Neto, os monges beneditinos do
mosteiro de São Salvador, na Bahia, Dom Clemente da Silva Nigra e Dom Paulo
Lachenmayer.
Encontrar
as duas partes já seria, por si só, um milagre. Mas ao lançar as redes no Porto
Itaguaçu, após viajar seis quilômetros, os pescadores apanharam uma enorme
quantidade de peixes.
“(...)
e continuando a pescaria, não tendo até então tomado peixe algum, dali por
diante foi tão copiosa a pescaria em poucos lanços, que receoso, e os
companheiros de naufragarem pelo muito peixe que tinham nas canoas, se
retiraram as suas vivendas, admirados deste sucesso”.
Livro
do Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá - (1757)
Foi
quando teve início a devoção pela santa “Aparecida” nas águas. Devotos da
comunidade passaram a reunir-se para rezar na casa de Felipe Pedroso, que
produziu um oratório para a Senhora Aparecida.
31
anos depois, o jesuíta Padre Francisco da Silveira escreveu a crônica da Santa
Missão realizada em Aparecida em 1748:
“Aquela
imagem foi moldada em argila; sua cor é escura, mas famosa pelos muitos
milagres realizados. Muitos afluem de lugares afastados, pedindo ajuda para
suas próprias necessidades”.
Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma - (1748-1749)
Passaram
297 anos e os milagres da Virgem negra de Aparecida se multiplicaram pelo
Brasil e o mundo. Seus milhares de devotos preparam-se agora para o jubileu dos
300 anos!
Referências:
:.
Brustoloni, Júlio. História de Nossa Senhora da Conceição Aparecida: imagem, o
santuário e as romarias (p. 43-48). 10ª edição ver. e ampl. – Aparecida, SP:
Editora Santuário, 1998.
Komentarze
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!