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Espiritualidade Redentorista: Enxertados na vida de Cristo

Espiritualidade Redentorista: Enxertados na vida de Cristo
 
Nunca se falou tanto em espiritualidade como hoje em dia. Virou moda. O problema é que moda é coisa que passa. Espiritualidade verdadeira, fica! Nesse sentido da perenidade da espiritualidade, nós religiosos precisamos tê-la como a “chave” mais importante que abre os caminhos da vida. Não que a espiritualidade vá resolver todos os problemas do ser humano, aliás, “a espiritualidade é tão humilde que não pretende resolver os problemas sozinha” (Pe. Piotr, CSsR.).
Para aqueles que vivem a Vida Consagrada, a espiritualidade se expressa “na contemplação, na oração, na escuta da Palavra de Deus, na união com Deus, na integração das diversas dimensões da vida pessoal e comunitária, na observância fiel e alegre dos Votos”, disse o Cardeal Hume, em 1984, no Sínodo sobre a Vida Consagrada.
O que é espiritualidade?

Embora seja uma realidade muito abstrata tendo várias interpretações, é preciso saber que a espiritualidade é VIDA que vem do Espírito, vida que está dentro de nós e não fora. Se é vida, é também MOVIMENTO, mudança, itinerário que caminha para a perfeição. Assim, encontramos o conceito de Espiritualidade Cristã.
Para nós cristãos, espiritualidade é VIDA EM JESUS CRISTO. Como disse São Paulo, estamos como que “enxertados na vida de Cristo” (Rm 11, 17-24). A Espiritualidade Cristã é viver “bebendo da fonte do Espírito Santo” com um itinerário (um caminho progressivo) que nos faz crescer e amadurecer nessa experiência com Cristo. E isso só acontecerá com cada um de nós através da “meditação, oração, silêncio, liturgia, Palavra de Deus”.
Viver a espiritualidade cristã não é fácil, sobretudo, nos dias de hoje. A cultura moderna prioriza a razão e nos ensina que o conhecimento espiritual não serve para a vida, basta optar por aquilo que é palpável, sensível, concreto. Além disso, o ser humano é um mistério que ninguém é capaz de entender completamente. Some-se a isso o individualismo ou a incapacidade de sair de si mesmo, relacionando-se com os demais, enriquecendo e partilhando a vida. Tudo isso nos distancia da verdadeira espiritualidade.
A espiritualidade redentorista carrega uma palavra que a caracteriza bem: chama-se ENCARNAÇÃO. Na oração do Rosário rezamos: “E o Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós”.
Pela encarnação o divino e o humano se encontram e tudo se recompõe de acordo com a Graça de Deus
Espiritualidade é transformação
Como Missionários Redentoristas somos pessoas encarnadas (porque repetimos a ação de Jesus encarnado no mundo). Por isso, não podemos ficar alienados da história e do presente, precisamos entender o que acontece no mundo para podermos interferir como “redentores”. Daí, é necessário adquirir e aperfeiçoar um certo “sexto sentido”. “Ler jornais e romances, ver filmes, seguir a política e a economia mundial são maneiras de exercer este sexto sentido”, disse o Pe. Piotr.
Abro um parêntese aqui para lembrar o quão aguçado é o “sexto sentido” do Papa Francisco. O profeta verdadeiro conhece a sociedade em que vive e sabe ler os fatos à luz do Espírito. Espiritualidade é, portanto, transformação quando conhecemos a alma do povo e interagimos com ele com o espírito de Jesus.
Viver a espiritualidade nos tempos de hoje não é fácil. Entretanto, a espiritualidade cristã não é para gente que busca uma vida fácil, afinal, a cruz é uma aquisição essencialíssima sem a qual não estaríamos seguindo os passos de Jesus.
A espiritualidade é viver a vida do Espírito, deixando-se conduzir por seus movimentos que nos fazem viver “embebedados” de Deus. Embriagados de Deus, seremos pessoas encarnadas na realidade do povo, vivendo de portas abertas para acolher e ser acolhido.
Portanto, em nossa vida somos convidados a mudar radicalmente nossa forma de ser e agir. Ou continuaremos vivendo na mediocridade do espírito mundano que invadiu um grandioso espaço de nossas vidas.
Padre José de Lima Torres C.S.s.R
Secretariado Vocacional

Aparecida, SP

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