1 - Tanto os candidatos como as
comunidades devem ter a consciência de que para os cristãos leigos, a vida
política é um espaço da prática da caridade, chamada aqui de “bem comum”, e não
um concurso ou um meio de conquistar status ou vantagens;
2 - Quando os candidatos surgem em
nossas comunidades é necessário que tenham conhecimento que a totalidade da
comunidade dos irmãos é maior que o partido, é o espaço onde todos se encontram
no amor. Quando todos se encontram em Cristo não há divisão no corpo da Igreja,
que é mãe de todos, e deve acolher as diferenças em verdadeira unidade;
3 - A comunidade deve acompanhar os
eleitos no exercício de seu mandato. E ao candidato cabe deixar-se acompanhar
em todo o tempo, e não só na proximidade das eleições. Acompanhar não é cobrar
vantagens nem favores. É saber se o critério do “bem comum” continua orientando
o eleito e dando frutos no decorrer do mandato. Isso será o documento mais
importante para que a comunidade continue apoiando o irmão vocacionado para a
política;
4 - Já está consolidada a
consciência de que o voto não se compra, não se vende, não se troca por favores
de nenhuma espécie. É lei. A comunidade deve ser intransigente com essa
prática, inclusive denunciando eventuais casos de compra de votos, quando há
provas;
5 - Devemos escolher um candidato
pela sua vocação, preparo, caráter, compromisso com o povo e propostas: Há
coisas básicas: saúde, educação, emprego, segurança, moradia, progresso. Se
temos pessoas cristãs com esse perfil, demos a elas a prioridade em nosso voto.
Mas seria irresponsabilidade votar numa pessoa apenas por ser cristã se ela não
tem essas caraterísticas;
6 - Uma boa maneira de conhecer os
candidatos e suas propostas é acompanhar os debates entre os candidatos. Em
muitos casos cabe propor a eles também, a assinatura de cartas-compromisso em
relação a alguma causa relevante para a comunidade;
7 - É fundamental considerar o
passado do candidato, sua conduta moral e ética e, se já exerce algum cargo
político, conhecer sua atuação na apresentação e votação de matérias e leis a
favor do “bem comum”. A Lei da Ficha Limpa há de ser, neste caso, o instrumento
iluminador do eleitor para barrar candidatos de ficha suja;
8 - Não vote pela aparência ou
personalidade do candidato ou por sua astúcia perante os meios de comunicação.
Alguns desses candidatos atraentes, agradáveis e que dizem o que convém apoiam
males intrínsecos quando deveriam se opor a eles, enquanto que outros candidatos,
que parecem simples ou incomodados pelas câmaras, defendem leis que estão de
acordo com os princípios cristãos.
9 - O verdadeiro compromisso
político inclui a preservação da vida, em todas as suas formas e etapas, desde
a concepção no seio materno até a proteção e o apoio na velhice: o aborto, por
exemplo, deve ser claramente condenado. Um candidato que se opõe ao Evangelho
não merece o voto.
10 - Para escolher e votar bem é
imprescindível conhecer, além dos programas dos partidos, os candidatos e sua
proposta de trabalho, sabendo distinguir claramente as funções para as quais se
candidatam. Dos prefeitos, no poder executivo, espera-se conduta ética nas
ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes
políticos e com os poderes econômicos. Dos legisladores, os vereadores,
requer-se uma ação correta de fiscalização e legislação que não passe por uma
simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao executivo.
oi
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