O Patrono José de Anchieta
José de Anchieta nasceu em São
Cristóvão de Laguna na Ilha de Tenerife (uma das Ilhas Canárias, possessão
espanhola no litoral africano) em 19 de março de 1534.
Tendo demonstrado desde criança
vocação para o sacerdócio, em 1548, estudando no Colégio das Artes em Coimbra,
Portugal, onde se destacava pela facilidade de compor versos em latim, passou a
integrar a Companhia de Jesus – ordem religiosa criado por seu parente Íñigo
López de Loyola (Santo Inácio de Loyola) em 15 de agosto de 1534 –, tornando-se
noviço Jesuíta em 1º de maio de 1551.
Durante seus estudos filósofos
foi vítima de um grave acidente – uma escada caiu-lhe sobre os ombros e
arqueando-lhe a coluna – que o levou a interromper os estudos e a recolher-se à
enfermaria como paciente de prognóstico sombrio.
Em 8 de maio de 1553, já curado,
porém com cifose (seqüela que persistiu por toda a vida), e contando com 19
anos de idade, fez opção pelo Brasil e integrou-se a frota chefiada pelo Padre
Luiz de Grã que partiu de Lisboa com o Segundo Governador Geral da Terra de
Santa Cruz, Duarte da Costa. Essa expedição, cinqüenta e sete dias depois,
aportou em terras brasileiras, e aqui Anchieta juntou-se a outros 5 Jesuítas
liderados por Manuel de Nóbrega (que veio para o Brasil quatro anos antes)
pregar o Evangelho no novo continente.
O missionário Anchieta
desembarcou em Salvador em 13 de julho de 1553, ali ficou por cerca de três
meses, e em outubro desse mesmo ano atendendo chamamento de Nóbrega para servir
nas florestas da Capitania de São Vicente, partiu da Baía de Todos os Santos
rumo ao sudeste brasileiro, tendo aportado nessa localidade, no dia 24 de
dezembro de 1553. Antes, porém, sobreviveu após tempestades que quase fizeram
seu barco naufragar, obrigando-o a fazer escalas em Caravelas e Vitória.
Anchieta escolheu o Brasil para
viver por toda a sua existência e aqui morou por 44 anos, vindo a falecer aos
63 anos de idade no dia 9 de junho de 1597 na cidade de Reretiba/ES que hoje é
denominada com o seu nome.
Registra a história que houve
quem testemunhasse que no seu funeral, um enorme cortejo de 150 km se formou em
que pássaros se calaram e os rios secaram.
Seus feitos foram inúmeros e a
seguir descrevemos uma síntese dos considerados com os mais importantes,
segundo os historiadores:
No dia 25 de janeiro de 1554,
fundou a palhoça entre o rio Tamanduateí e o riacho Anhangabaú (Colégio do
Planalto), batizada com o nome de São Paulo, (dia que a Igreja comemora a
conversão do Apóstolo Paulo), a qual serviu de base para denominar
posteriormente a Cidade e o Estado de São Paulo;
Em 5 de maio de 1563, chegou à
Praia de Iperoig em Ubatuba, em companhia do Padre Manuel da Nóbrega, a fim de
negociar uma trégua com os índios Tupinambás.
No mesmo ano, nessa localidade,
após ter permanecido ali como refém, compôs em latim o Poema da Virgem com
5.732 versos, em língua Tupi, estabelecendo a paz entre os indígenas em 14 de
setembro de 1563;
Presente à fundação de São
Sebastião do Rio de Janeiro em 1º de março de 1565, ali construiu o Colégio
Jesuíta em 1567, o primeiro hospital – Santa Casa de Misericórdia, em 1582 – e
também participou ativamente da expulsão definitiva dos franceses, no mesmo ano
de 1567, após ter pacificado a Confederação dos Tamoios;
Contribuiu decisivamente para que
a Nação brasileira tivesse um território indivisível, um único idioma e seu
povo um convívio harmonioso;
Foi o maior divulgador do
Evangelho nas terras do Novo Mundo tanto aos nativos e recém-chegados quanto
aos seus descendentes miscigenados, utilizando-se sempre do lema da Companhia
de Jesus – Ad maiorem Dei gloriam (Para maior glória de Deus) –, o que
patenteia a dimensão do seu trabalho apostólico;
Foi considerado também como o
primeiro professor de latim das Américas e autor da primeira gramática
publicada na língua tupi-guarani (Arte de Gramática da Língua mais usada na
Costa do Brasil) editada em 1595, além de ser considerado como fundador da
literatura e da dramaturgia colonial brasileira por ter escrito e musicado as
primeiras peças do teatro no idioma de então;
A ele são atribuídos milagres
como cura de doenças graves com ervas medicinais e ressurreição de mortos, o
que lhe valeu pelos índios a alcunha de Paye-Guaçu (grande pajé);
Por todo esse meritório trabalho,
José de Anchieta recebeu um rosário de louvores, onde se incluem:
O Apóstolo do Brasil; O Primeiro
Professor Brasileiro; O Fundador da Literatura Brasileira; O Menestrel da
Virgem; O Orfeu do Brasil; O Iniciador da Vida Mental Brasileira; O Cavaleiro
da Mística Aventura; O Colonizador Obstinado; O Apóstolo do Cristianismo no
Novo Mundo; O Despertador do Sentimento Nativista; O Desbravador Cultural do
Brasil; O Pacificador dos Tamoios; A Maior Figura do Brasil Colonial; O
Pioneiro da nossa Poesia; O Pai dos Aflitos e Enfermos; O Embaixador da Paz; O
Conselheiro Espiritual; O Incansável e Onipresente; A Personalidade Polimorfa;
O Epistológrafo; O Tupinólogo; O Teatrólogo; O Primeiro Ecologista do Brasil; O
Iniciador de nossas Estradas e O Defensor dos Direitos Humanos.
Tendo sido ordenado padre em
terras brasileiras no ano de 1556 (pontificado de Paulo IV), o seu processo de
beatificação começou em 1617 (vinte anos após o seu falecimento) com o pedido
que os jesuítas da Bahia fizeram à Santa Sé (Papa Paulo V), o qual foi aceito
em 1624 pelo Papa Urbano VIII. Em 1738, o Papa Clemente XII confere a Anchieta
o título de venerável (o primeiro passo para a beatificação).
Entretanto, com a expulsão dos
jesuítas de todos os territórios da Coroa Portuguesa por Marques de Pombal em
1760 a época do papado de Clemente XIII e a supressão da Companhia de Jesus em
1773 durante o pontificado de Clemente XIV, todos os processos de beatificação
e canonização de jesuítas foram suspensos.
Em 1842, quando o Papa era
Gregório XVI, com a chegada ao Brasil dos primeiros jesuítas após o
restabelecimento da Companhia em Jesus em 1814 pelo Papa Pio VII, o processo de
beatificação de Anchieta foi reaberto em 1875, por iniciativa de Dom Vital
Maria Gonçalves de Oliveira, bispo de Olinda e Recife no papado de Pio IX.
Cortes epistemológicos,
respectivamente, nos pontificados de Leão XIII (1897 e 1899) e Paulo VI (1969,
1974 e 1977), registram pedidos da maioria do episcopado brasileiro ao Vaticano
para a consumação da beatificação de José de Anchieta.
Em 1965 o Presidente Castelo
Branco, por decreto define o dia 9 de junho como o “Dia Nacional de Anchieta”.
Em 22/6/1980 por João Paulo II
quando o Sumo Pontífice empreendeu sua 1ª viagem ao Brasil, a proclamação da
beatificação de José de Anchieta é oficializada, no momento em que os
brasileiros passaram a considerá-lo como Santo José de Anchieta, Apóstolo do
Brasil, muito embora o processo de canonização continue tramitando no Vaticano.
Em São Paulo, a capela do Pateo
do Collegio já exibe uma imagem monumental do Beato no altar, assim como a
Catedral da Sé uma imagem em gesso na nave central, ambas em homenagem a José
de Anchieta como tendo subido aos superiores altares da Santa Igreja Católica.
* Cláudio Chaves é membro da Academia Marial
de Aparecida.
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!