A POLÍTICA É SERVIÇO, NÃO
PROFISSÃO! – Por Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R.
Infelizmente, a grande maioria das
pessoas não imagina que a qualidade dos políticos também depende da escolha
feita pelos eleitores. Não todos, mas certa parcela de corruptos, que lá estão
não tomou o poder pela força ou pelo golpe. Do contrário, estes foram eleitos
pelo voto popular. Corruptos ou honestos, ambos foram escolhidos de modo
legítimo, uma vez que houve consulta à base, debate de propostas e concordância
partidária, por meio de votação. Quem valida uma eleição é o povo, em sua
pluralidade cultural, religiosa, ética e moral.
O primeiro critério nas eleições é
que o candidato a cargos públicos seja pelo o menos idôneo. Isso sem mencionar
detalhes como: história de vida, formação profissional e intelectual,
configuração de antecedentes, vinculação partidarista, plataforma política,
ficha limpa com a justiça e projeto de campanha registrado no Tribunal Superior
Eleitoral
(TSE).
Ademais, generalizar como se todos
os políticos fossem corrompidos é uma forma de se isentar na hora de decidir. É
mais fácil acusar do que discernir o certo do errado. Contudo, o fundamental é
a consciência no ato de votar, sabendo que voto não é produto, por isso não se
compra nem se vende. Voto não é questão de merecimento, assim não se troca nem
se aliena. Voto é uma decisão, não coação! Aquele que age com maturidade nas
urnas, também saberá escolher os candidatos mais adequados a sua visão
política.
A democracia do Brasil ainda está
engatilhando. Muitas foram as conquistas e amplos os retrocessos. Um país
colonizado por séculos, sujeito a golpes militares e vítima da ditadura ainda
tem muito que aprender no ato de voto. O nosso país não pode ser refém daquilo
que a história chama de ‘populismo’: um sistema de poder, segundo o qual a
autoridade política concede uma atenção exclusiva aos pobres, no intuito de
conquistá-los, não de emancipá-los. “Uma dominação que não é percebida por quem
é dominado”. Eis a ideologia.
O Brasil necessita de políticos
honestos, que representem os interesses dos excluídos; que postulem uma reforma
tributária e política; que priorizem a qualidade de vida da população; que
solucionem não só a dívida externa, mas também a dívida interna: de um trilhão
e quinhentos bilhões de reais; que resolvam o déficit da previdência; que
orientem para mecanismos sustentáveis e de energia pura; que governem para o
povo, não para si e que tenham a coragem de debater os graves problemas sociais
do país.
Neste cenário, os avanços devem ser
consolidados, os erros corrigidos e as promessas de campanha se tornar
objetivos concretos do mandato. Um povo, violentado no passado pelo voto do
cabresto, deve rejeitar qualquer candidato que se apresente como ‘pai dos
pobres’. A pobreza é um pecado social e como tal não necessita de paternidade,
pelo contrário, precisa de solução!
Muito mais que debates entre
correntes políticas e legendas partidárias é primordial visualizar os
candidatos que estão concorrendo por uma questão de vocação e os demais que
almejam se enriquecer com o dinheiro público. O genuíno político deve assumir
sua missão por vocação e competência, não apenas por profissionalismo. Há
muitos que postulam um cargo político para servir-se do Estado e não para
servi-lo. Justamente por isso, acabam se esquecendo de que o voto é uma espécie
de ‘procuração’, conferida pelo povo e como tal também pode ser revogada. Nunca
percamos a lembrança do impeachment e, mais recentemente, do processo que
mobilizou o Brasil, com o ‘Ficha Limpa’.
Aqueles que ocuparão os cargos de
Chefe do Executivo Municipal e vereadores devem passar antes pelo crivo da
consciência de uma verdadeira política: voltada para a solução e não para os
problemas.
Por último ainda precisamos
aprender que um país se constrói com projetos em curto prazo, para resolver
aquilo que é urgente e também em longo prazo, para solucionar erros históricos.
Como é o caso de extensas emissões de dinheiro em promoção humana e mínimos
investimentos para uma educação de qualidade. São mais eleitoreiros projetos
imediatos do que medidas alicerçadas para o futuro. Um bom governante pensa no
hoje, sem deixar de projetar as conquistas presentes, em vista do amanhã.
Vale a pena refletir que ‘age com
leviandade’ quem promete para ganhar e quem ganha para votar! Age de má fé quem
gera programas sociais para que o pobre seja cada vez mais pobre. Age com
crueldade quem não resolve o crime da indigência e não garante um salário digno
ao cidadão, subjugado por doações governamentais. Age com insensatez aquele que
se deixa manipular por candidatos que governam para classes oligárquicas, que
sempre se beneficiaram da miséria do oprimido, por meio de privatizações,
fazendo do Brasil um território de banqueiros. Não pense somente em si, mas
olhe para a realidade local antes de confirmar o seu candidato daqui algumas
semanas! Que o Pai Eterno nos ensine a olhar para os Seus amados filhos, nossos
irmãos, antes de fazer a nossa escolha no ato do voto.
Pe. Robson de Oliveira, C.Ss.R.
Missionário Redentorista, Reitor da
Basílica de Trindade e Mestre em Teologia Moral pela Universidade do Vaticano.
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!