As obras de misericórdia são 14. Sendo que, 7 são corporais e
7 espirituais
Pe. Reginaldo Manzotti
| 28 de Dezembro
Estamos vivendo o Ano Santo, o Jubileu extraordinário da
Misericórdia, o Papa Francisco instituiu este tema para nos aproximar mais de
Cristo, o rosto da misericórdia do Pai. A Quaresma, é um tempo propício por excelência, para
intensificarmos a vivencia desse amor misericordioso.
Muitos ainda têm dúvidas sobre o que significa
indulgencia. É a remissão da pena
devida, dos pecados que já fomos perdoados. Sobre isso, escreveu o Papa
Francisco: “No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são
verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos
nossos comportamentos e pensamentos permanecem. A misericórdia de Deus, porém,
é mais forte também do que isso. Ela se torna indulgência do Pai que, através
da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo
das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no
amor em vez de recair no pecado” (Misericordiae Vultus, 22).
Em cada Diocese há nas catedrais e santuários a Porta Santa,
pela qual os peregrinos podem passar para obter as indulgencias, desde que
confessem, comunguem, façam uma reflexão sobre a misericórdia, acompanhem
celebrações com a profissão de fé, façam oração pelo papa e para o bem da
Igreja.
Este ano santo não é restritivo, mas abre para todos os caminhos.
O Papa estabeleceu que se um prisioneiro estiver na cela e
passar pela sua cela num ato de reconciliação tem as indulgências. Se uma
pessoa doente acompanhando pela TV daí meu empenho com os meios de comunicação
"que não pode ir à igreja por doença ou por idade avançada e participar
fielmente da celebração recebe indulgência."
Também é desejo do Papa que o povo cristão reflita, durante o
Jubileu, sobre as obras de misericórdia, diz ele que todas as vezes que um fiel
viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá sem dúvida a indulgência
jubilar.
As obras de misericórdia são 14. Sendo que, 7 são corporais e
7 espirituais. Por mais que já tratamos sobre elas em uma antiga edição, bem
como no Livro “20 Passos para a Pz Interior”, vale a pena relembrá-las:
Obras de misericórdia
corporais
1) Dar de comer a quem tem fome
Várias vezes, Nosso Senhor Jesus Cristo preocupou-se com a
fome dos que O seguiam (Mc 6,30-44). É urgente e necessário que avancemos em
políticas sociais que atinjam a causa da fome, mas enquanto não chegamos ao
ideal, exercitemos a partilha para aplacar o sofrimento real. O que Nosso
Senhor falou aos apóstolos, no passado “Dai-lhes vós mesmos de comer”(v.38)
ecoa até hoje, e nos convida a refletir o que temos oferecido, para que, de
maneira concreta minimizemos a fome daqueles que nada tem.
2) Dar de beber ao sedento
”Todo aquele que der ainda que seja somente um copo de água
fresca a um destes pequeninos, porque é meu discípulo, em verdade eu vos digo:
não perderá sua recompensa” (Mt 10,42).
O ato de dar um copo de água a um sedento pode parecer insignificante,
mas é um gesto que em Jesus pode adquirir dimensões eternas.
Sabemos que água é vida, e, a médio e longo prazo, tende a
ser um “tesouro” cada vez mais raro e precioso. Precisamos adotar o uso
responsável da água, dessa forma, poderá chegar até quem necessita.
3) Vestir os nus
Jesus nos exortou: “Quem tem duas túnicas dê uma ao que não
tem” (Lc 3, 11a). A nudez além de expor a pessoa às condições climáticas a
despoja a da própria dignidade. Vestir o nu é um gesto que minimiza a
humilhação. Precisamos praticar a partilha dos bens com atitude, intenção e
real motivação.
4) Dar abrigo aos peregrinos
Tendo em vista que a realidade dos tempos de Jesus era muito
diferente da realidade dos tempos atuais, torna-se complicado, perigoso e é até
ingenuidade de nossa parte querer acolher em nossas casas, pedintes ou
moradores de rua. Porém, Deus suscita obras de acolhimento na Igreja, através
dos padres, religiosos (as), e leigos (as), que nos permite praticar esta obra
de misericórdia, com nossa ajuda concreta.
5) Assistir os enfermos
Os Evangelhos relatam
abundantemente, momentos em que Jesus acolhe, atende, socorre e cura os
doentes. As vezes eram levados a Ele no
entardecer (Mc 1,32-34); em outras
pediam que Ele fosse até a casa do enfermo, como fez o oficial que pediu a cura
do filho que estava morrendo (Jo, 4, 46-53). Vale lembrar a ação de Jesus,
quando na casa de Pedro, cura sua sogra (Mt 8, 14-15). Jesus se desdobrou em
misericórdia para com os doentes.
A obra de misericórdia na qual se assiste os doentes começa
na família, quando se lida com doenças prolongadas e, as vezes irreversíveis.
Trata-se também de trabalho voluntário em hospitais, casas terapêuticas e
pastorais urbanas que assistem aos que vivem a dor da enfermidade na solidão e
no esquecimento.
6) Socorrer os presidiários
“Então o Rei dirá aos que estão à direita: - Vinde, benditos
de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do
mundo, porque... estava na prisão e viestes a mim” (Mt 25, 34.36b)
Hoje, o acesso aos presídios não é livre, havendo certo rigor
na triagem de visitas aos presidiários. A Igreja se faz presente através da
pela pastoral carcerária. Esta obra de
misericórdia também se estende aos seus familiares, por meio de auxílio
financeiro e apoio emocional para superarem os preconceitos.
7) Enterrar os mortos
”Filho, derrama lágrimas sobre o morto, e chora como um homem
que sofreu um rude golpe. Sepulta o seu corpo segundo o costume, e não
desprezes a sua sepultura”. (Eclo 38,16)
Cada pessoa é templo do Espírito Santo e, mesmo depois de
morta, seu corpo merece respeito. A Igreja permite a cremação do corpo, desde
que não seja um ato que se faça numa manifestação de contrariedade à fé na
ressurreição dos mortos (cf. CIC § 2301). Bem como a doação gratuita de órgãos
quando desejado pela própria pessoa.
Obras de misericórdia
espirituais
1) Aconselhar (Dar bons conselhos aos que necessitam)
Dar bons conselhos significa orientar e ajudar a quem
precisa. Para isso, é preciso mergulhar na graça do Espírito Santo, a fim de
perceber os sinais de Deus que nos auxiliam na compreensão e no discernimento
dos fatos.
2) Instruir (Ensinar os que não sabem)
Instruir não é simplesmente transmitir conhecimentos, mas
também corrigir os que erram, ensinando-lhes os valores do Evangelho e
formando-os na doutrina e nos bons costumes éticos e morais.
3) Corrigir os que erram
Esta obra de misericórdia nos lembra que, antes de qualquer
julgamento e condenação, nossa atitude deve ser de corrigir na fraternidade
aqueles que estão no erro.
O Apóstolo Paulo cita a correção como um gesto de maturidade
na fé «Vós sois capazes de vos corrigirdes uns aos outros» (Rm 15,14). Deus, como um Pai amoroso nos corrige, para
nosso próprio bem. Quando recebemos a correção nos entristecemos, porem depois
ela produz frutos de paz e justiça ((cf. Hb 12,10-11).
4) Consolar (aliviar o sofrimento dos aflitos)
Consolar consiste numa presença afetuosa, nas palavras de
encorajamento e de proximidade. Consolar com o consolo que vem de Deus, Ele é o
nosso consolador, para que possamos consolar os que estão em qualquer
tribulação (cf. 2Cor 1,3-4).
Na prática, essa obra concretiza-se por meio das seguintes
atitudes: exercitar os olhos para as tragédias alheias; aguçar os ouvidos para
escutar os soluços dos que sofrem; oferecer o ombro para deixar reclinar-se
sobre ele quem chora; estender a mão para levantar quem tropeça e cai,
significa estar incondicionalmente ao lado de quem necessita.
5) Perdoar (Superar as ofensas de boa vontade)
“Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar
contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não lhe digo até sete vezes, mas
até setenta vezes sete”.
Ao dizer isto Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensina que
devemos perdoar sempre e sem limites. Para não cometermos um ato de injustiça
com Deus, conosco e com nossos irmãos, devemos sempre, à luz do Espírito Santo,
exercitar e aprimorar o perdão.
O perdão não elimina o mal sofrido, mas renova a relação
entre ofensor e ofendido. Perdoar não quer dizer esquecer, o ato sofrido, mas
lembra-lo sem sofrer, sem raiva ou ressentimento.
6) Suportar com Paciência (Lidar com as fraquezas do próximo)
“Sejam humildes, amáveis, pacientes e suportem-se uns aos
outros no amor” (Ef 4,2)
Esta obra espiritual recomenda que suportemos com paciência
os que estão próximos a nós, com todas as suas limitações, fraquezas, falhas,
adversidades e misérias. Sejamos pois, acolhedores e pacientes com todos.
7) Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos
Devemos rezar pelas pessoas que amamos, pelas que se
recomendaram a nossa oração e por aquelas que temos obrigação de rezar.
Também exercitar esta obra de misericórdia rezando pelos
mortos.
As almas merecem a lembrança e as orações dos seus, e que as
ajudem a alcançar o repouso eterno, o refrigério e a luz que não se apaga. Ao
socorrer com oração as almas do purgatório, praticamos a caridade em toda a sua
extensão.
Filhos e filhas é uma benção podermos viver este Ano Santo da
Misericórdia, quando temos a oportunidade de expiar a pena pelos nossos
pecados. Acredito que este Ano
Santo é para aqueles que já estão na
igreja., mas principalmente para os que estão fora dela. É para manter os que estão e buscar os que
ainda não receberam a mensagem e não conhecem o rosto do Pai, revelado em
Jesus.
Padre Reginaldo Manzotti é fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso – Obra considerada benfeitora nacional que
objetiva a evangelização pelos meios de comunicação – e pároco reitor do
Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR). Apresenta diariamente
programas de rádio e TV que são retransmitidos e exibidos em parceria com
milhares de emissoras no país e algumas no exterior. Site:
www.padrereginaldomanzotti.org.br. Facebook: www.facebook.com/padrereginaldomanzotti.
Twitter: @padremanzotti | Instagram: @padremanzotti
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!