“A crucificação branca” de Chagall
Marc
Chagall, judeu russo, nasceu em 07 de julho de 1887, em uma família pobre em
Pestkovatik, uma vila na província ocidental da Rússia czarista que é agora independente
da Bielo-Rússia. Poucos anos depois, os Shagals mudaram-se para uma cidade
próxima, Vitebsk, que se tornou um dos principais marcos nos quadros de seu
filho. O mais velho dos nove filhos, Moshe Shagal - nome mais tarde
transformado para o francês Marc Chagall - cresceu na atmosfera fechada de uma
comunidade judia da Europa Oriental que ainda era sujeita a perseguições e
ferozes explosões de violência oficial ou velada.
Na
ocasião que pintou a ‘crucificação branca’ Chagall fazia analogia ao natal com
neve, à Kristallnacht (programas antissemitas promovidos pelo III Reich), à
sinagoga, à Torá e aldeia em chamas, da mesma forma que a escada que permitia
Cristo descer da Cruz. Outras casas aldeãs estão viradas, esvaziadas de seus
pertences; em frente à sinagoga, o incendiário; no canto inferior direito mães
fogem com seus filhos, protegendo-os. O Cristo crucificado na sua tela não tem
sentido católico ou cristão, de Deus, mas a sofrimento a ser suportado pelos
judeus.
Com
o modernismo, a arte sacra ganhava olhares mais sutis do que a profundidade da
contrição que algumas pinturas evocavam. Um dos principais expoentes da nova
concepção da cruz na arte foi o modernista Marc Chagall (1887-1985). Ele fundiu
os relatos bíblicos com os episódios antissemitas que viveu, em plena Segunda
Guerra Mundial. A crucificação de Chagall não enfatizava a devoção e a
contrição espiritual, mas a luta de um povo transgredido, como em “Crucificação
Branca”, 1938. A cruz, em Chagall, era seu luto a favor dos judeus.
Desde
sempre, o cristianismo tomou frente dos costumes, dos comportamentos e da arte
da sociedade ocidental. E a crucificação inspirou as várias interpretações da
cruz de Cristo que influenciaram toda a estética cultural - muito para além da
história da arte ocidental. A cruz se tornou - e é ainda hoje - um dos mais
poderosos símbolos culturais de todos os tempos.
Chagall,
A Crucificação Branca,
1938
óleo sobre tela,
155
x 140 cm Chicago,
The
Art Institute of Chicago
Komentarze
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!