Centenário
de duas devoções marianas com profunda eclesiologia e mariologia
Dentro
das comemorações do Tricentenário do encontro da imagem de Nossa Senhora da
Conceição Aparecida [1717-2017] e o Centenário [1917-2017] das célebres
mariofanias (aparições marianas) de Nossa Senhora do Rosário de Fátima em
Portugal, ambos os santuários tiveram uma feliz ideia de irmanar-se com gestos
recíprocos de troca de imagens marianas. O santuário de Fátima doou uma imagem
de Fátima para o santuário aparecidense e o santuário de Aparecida, uma imagem
para o santuário português. Este gesto simbólico é sinal de fraternidade e
conduta amigável de unidade, concórdia e forte testemunho de piedade marial.
Mas por traz existe um ato que dá significado destas “duas” Senhoras.
Embora
com datas e acontecimentos diferentes ao qual Deus quis se manifestar através
da presença da Virgem, estas duas mariofanias estão intimamente interligadas
teologicamente. O encontro da imagem aparecidense entra no esquema das
mariofanias e daí possui uma tônica de ação divina pelos acontecimentos
subsequentes.
Fátima,
devoção iniciada em 1917 e Aparecida em 1717 trouxeram benefícios espirituais
muito fortes para Igreja em continentes diferentes. Fátima, com sua tonalidade
espiritual e política, influenciou no combate a ideologia do Comunismo
contrário aos valores e dignidade do homem. Assim como sua forte mensagem de
conversão e penitência.
Aparecida
por sua vez caminhou na história da Igreja no Brasil e só no Brasil, sem
nenhuma influência externa ou sem nenhum interesse internacional justamente por
causa de uma falta de estudos mais profundos. Porém é uma das
manifestações marinas populares apreciada e admirada também fora do Brasil pela
quantidade de fiéis que visitam o santuário, pela grandiosidade física do
santuário. Contudo, entre Fátima e Aparecida os laços mariológicos são muito
fortes por vários motivos centrados em simbologias e mariologias:
1º A imagem aparecidense possui traços da arte
portuguesa, embora o escultor seja considerado brasileiro recebeu toda a sua
formação teológica em Portugal. Pois atribui-se a confecção da imagem
aparecidense ao monge beneditino, Frei Agostinho de Jesus († 1661). Segundo
alguns autores, querem encontrar na imagem, traços brasileiros (índio, negro e
branco). Mas a imagem possui traços tipicamente portugueses com matizes bíblica
inspirada no Cântico dos Cânticos, como o foi todas as iconografias e
esculturas da Imaculada Conceição ao longo dos séculos.
2º Embora a invocação em Fátima queira se chamar a
«Senhora do Rosário». Título inusitado em uma mariofania, no entanto traz em si
as características físicas da Imaculada Conceição. Como? Vejamos alguns
detalhes fatimida:
a) Ela aparece toda vestida de branco, onde associamos
às várias iconografias da Imaculada de antigas datadas. Ora, o branco sempre
foi a cor simbólica da isenção do pecado em Maria.
b) Nossa Senhora aparece sobre uma árvore, onde
encontramos forte relação com Gn 3,22, «a árvore da vida», a escolha entre o
bem e o mau, assim como a vitória do Redentor (cf. Gn 3,15) e, a árvore da Cruz
(Teodoro Estudita, † 826). Vemos que em Fátima a Virgem pergunta aos
pastorinhos se querem ajudar a salvar, a se sacrificar pelos pecadores… etc. O
símbolo da árvore em Fátima, está associado à escolha, a decisões que devemos
fazer, frente ao Bem e ao Mau. Assim, como Deus
fez aos nossos primeiros pais na sua inocência antes do pecado, onde quiseram
livremente aderir à desobediência. Ainda, a árvore está relacionado à
imortalidade Gn 3,22, que se refere a Assunção de Maria.
Lembremos
que, a nação portuguesa e suas colônias (Brasil) foi consagrado pelo então rei
de Portugal, Dom João IV em 1646 a Nossa Senhora da Conceição. Como também foi
proclamada Rainha da nação portuguesa e de suas colônias pelo mesmo rei. Ora,
nada impede de detectar que nas mariofanias em Fátima, Nossa Senhora venha
caracterizada do que Ela é na sua essência para esta nação e para o mundo,
«Imaculada». A identidade de Nossa Senhora por decisão do soberano, seja para
Portugal, seja para o Brasil, é Nossa Senhora da Conceição, hoje conhecida como
a Imaculada Conceição da Virgem Maria.
3º Os apelos de ambas as mariofanias são idênticos:
Fátima à conversão e a penitência. Um voltar integral a unidade com Deus e aos
irmãos pela paz. Aparecida embora ser um encontro de uma imagem e ser
silenciosa, também nos convida a unidade através do encontro de duas partes
quebradas de uma só imagem. E sua cor escura não é em sentido a identificação
aos escravos, mas à paz interna e externa da Igreja. Sobre o tema da unidade
aparecidense que apresentamos aqui, já refletimos por três vezes em vários
artigos como nas revistas Grande Sinal…, Paróquias & Casa
Religiosas… e, no site da Academia Marial de Aparecida…
Recentemente abordamos amplamente na obra “Guadalupe, Aparecida Lourdes. Três
mariofanias, uma mesma mensagem”. Edições Mensageiro de Santo Antônio:
SP 2014.
Portanto,
que seja estes gestos de união entre estes dois belíssimos santuários motivo
para nós, batizados reavaliarmos nossa conduta de amor a Cristo e ao Evangelho,
assim como autênticos devotos de Maria, propagar o reino de unidade e de paz.
Recuperar os irmãos sem expulsá-los do nosso meio, principalmente os que erram.
Fazendo assim, a Igreja será vista como sinal concreto que
pertencemos e tralhamos pelo Reino do Senhor.
Pe.
Rafael Maria é doutor em mariologia pela Pontifícia Faculdade Teológica
«Marianum» de Roma. Ministra dois cursos de Mariologia em www.cursos
católicos.com.br . É formado para Postulação para Beatificação e Canonização
pela Causa dos Santos. Informações: d.rafaelmariaosb@hotmail.com
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!