Poeta da Mãe querida
*Carmen Novoa Silva
Como não falar sobre a figura
principal de meus próximos artigos: Dom Hélder Câmara. Tento passar ao leitor
sua faceta mais doce quando se veste de “Poeta da Mãe Querida” apropriado no
mês de todas as mães. Sabemos que a Igreja já começou o processo de
beatificação e de canonização desse homem que foi bispo de Olinda e Recife
naqueles tempos de Brasil flagelado pela miséria do povo excluído de dignidade
própria de seus direitos inalienáveis de homens. Com suas ações audaciosas
posicionava-se a favor dos menos favorecidos e isso valeu-lhe o epíteto de
Bispo Vermelho (comunista) pela ditadura militar implantada no pais em 1964.
Sua canonização dar-se-á por atos
corajosos e heroicos. Como a de enfrentar o regime ditatorial, a censura, o
calar de sua voz, as perseguições advindas dos adversários-inimigos. E numa
delas veio em seu socorro sua MÃE QUERIDA!
Os espiões do regime, fizeram-lhe
uma armadilha. Ei-la: Já prestes a deitar-se à noite, batem pressurosos à sua
porta apelando para sua condição de sacerdote. Pediam que se dirigisse a tal
rua e a tal casa onde se achava um doente à morte. Este implorava pela extrema-unção (hoje,
unção dos enfermos) um dos sete sacramentos da Igreja Católica. Chovia. Pegou o
guarda-chuva quando repentinamente chegou outro padre bem mais novo em sua casa
e que vinha hospedar-se ali. Este disse logo: “Não, Dom Hélder. Vá dormir eu
vou executar a função sacerdotal. Quando chegou para ministrar o sacramento foi
surpreendido por uma turba de fotógrafos e repórteres a tirar fotos do padre
novato entrando num prostíbulo onde ficticiamente havia um moribundo. Eis a
presença da “Mãe Querida” do poeta Hélder. Poupou-o da acusação jornalística
engendrada pelos donos do poder à época. Queriam difamá-lo com a calúnia de que
Dom Hélder dava mau exemplo frequentando centros de prostituição às altas horas
noturnas. Uma cilada!
Por isso dizia: “Ah! mãe com tuas
mãos puríssimas teceste para teu Filho a túnica inconsútil (aquela sem costura
ou emenda). Tão valiosa e íntegra que os próprios soldados a sortearam sem
coragem de rasgar. “Tece-me um manto?” …É que estou precisando de um manto que
me venha do terror dos demônios e da Causa de nossas alegrias (Jesus).
Revestindo com a integridade da túnica seria intocável pelas armadilhas e
calúnias demoníacas. “Oh! Mãe querida em meu caminho!… Espalha teus anjos por
todas as estradas. As estreitas, as íngremes precisam de anjos com previsões de
esperanças e fé. Já as estradas largas – essas, são perigosas! – são
descaminhos em vez de caminhos – precisam de anjos, sim! Mas desses que açoitem
(como Cristo aos vendilhões). Pois urge acordar os autossuficientes! Esses
estão surdos e cegos. De tanto se aturdirem com valores mundanos. E se um pedido
pessoal me sobra eu te peço a arte ditosa dos encontros. Nesta confusão-babel
de hoje: vozes, faces, máscaras sobretudo cheio de SOPROS DO DIABO – dá Senhora
minha mãe que eu só encontre os marcados por Deus para cruzarem comigo. Esses
sabem do diálogo é não dos epílogos. Tu sabes como encontrar novos parágrafos
que conduzem à paz. Mãe Querida! Só tu sabes reduzir ao tamanho exato certos
dramas que aos homens parecem imensos. E no entanto cabem nas palmas de tuas
mãos.” Neste livrinho quero como fecho dizer-te: “Serás sempre, mãezinha para
mim”. A única sombra do meu chão/banhado de sol inclemente. A única flor de meu
chão sem, raízes/e a única fonte de meu chão esturricado. Mas antes dá-me numa
bandeja, a cabeça do dragão…
Carmen Novoa Silva é membro da Academia
Amazonense de Letras e
da Academia Marial de Aparecida
e-mail: novoasilva@yahoo.com.br
Komentarze
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!