Pe.
Antonio Clayton Sant’Anna – CSsR
A força diabólica do pecado parecia ter vencido ao
crucificar Jesus. Mas, Ele nos amou até o fim num amor obediente e fidelíssimo
servindo ao projeto salvador do Pai. Isso o fez vencedor da morte e de seu
aguilhão – o pecado. Recebeu o prêmio da ressurreição num corpo glorioso
(1Cor.15,55). Assim cremos no “mistério pascal”. A morte e
ressurreição de Cristo mereceu-nos a graça de uma vida nova. O início de uma
nova criação: a da pessoa humana regenerada em Cristo, o homem novo, o novo
Adão. Nele, o vencedor ressuscitado, temos a libertação, a vida, a salvação.
Por isso, a Igreja canta com São Paulo:
“Quanto a nós devemos gloriar-nos na
cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a nossa salvação, nossa vida, nossa
esperança de ressurreição, e pelo qual fomos salvos e libertos.” (Gl. 6,15).
Cabe a cada um de nós, batizados no Senhor, nos esforçar para atingir o
conhecimento dele, o seu estado de homem perfeito, chegar à unidade da fé conforme
a maturidade de Cristo. (Efésios, 4,13). É o impulso da vida nova de
Jesus ressuscitado agindo por nosso intermédio na transformação do mundo e da
história.
O Evangelho liga Maria à nossa redenção por Cristo
com vínculos inseparáveis. Mas, isso exige de nós reflexão e devoção marianas
verdadeiras. Quanto mais nos aproximarmos da pessoa de Maria na
contemplação da sua fé, de sua presença nos Evangelhos, das suas virtudes e
quanto mais invocarmos o seu amparo maternal, tanto mais entenderemos a sua
função dentro do mistério de Jesus. E tanto mais caminhamos no verdadeiro
discipulado para o céu. Ora, no mistério pascal
contemplamos Nossa Senhora no ponto mais alto da sua íntima e absoluta união
com o Filho. Ícone da Igreja ressuscitada, em sua pessoa reluz
de modo antecipado a meta da nossa própria vocação em Cristo. O exemplo de
Maria, a sua fé e caridade incentivam em nós o dinamismo da ressurreição do
Senhor. Ela foi quem primeiro se beneficiou da condição gloriosa de seu Filho.
As narrativas do Evangelho sobre as aparições de
Jesus ressuscitado vão além delas. Isto é, as narrativas nos dão uma moldura
histórica e catequética da progressiva descoberta sobre a nova condição do
Mestre, sua presença gloriosa em meio aos discípulos reunidos. Maria estava
junto deles em oração e apoio de primeira discípula. Sem precisar dos “sinais”
de qualquer aparição. Sua profunda união com o Jesus antes encarnado no seu
seio e agora corpo glorificado era-lhe suficiente na iluminação da fé nele. Sem
dúvida, é por isso que as primeiras gerações cristãs viram em Nossa Senhora a
testemunha maior da ressurreição de Jesus e, logo, o modelo perfeito no seu
seguimento. Será que minha devoção a Nossa Senhora promove e alimenta uma
união imediata com a vida de seu Filho ressuscitado e fortalece meu processo de
ressurreição com Ele?
Artigo do Pe. Cleyton, da AMA
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