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Imaculada Conceição de Maria

Imaculada Conceição de Maria

10.1.  Conceito de imaculada conceição de Maria
 
** A imaculada conceição de Maria significa que ela foi preservada do pecado original desde o primeiro instante de sua existência.
-   Nascendo, há dois mil anos atrás, na Palestina, pequeno país do Oriente Médio, Maria teve como pais São Joaquim e Santa Ana, mas ela foi concebida sem a mancha do pecado original.
-   A afirmação da Imaculada Conceição de Maria pertence à fé cristã.
-   É um dogma da Igreja que foi definido no século XIX, após longa história de reflexão e de amadurecimento.

10.2.  Dados da fé

A) Magistério


** O dogma da imaculada conceição de Maria foi proclamado pelo Papa Pio IX, aos 8 de dezembro de 1854.
-   Na Bula “Ineffabilis Deus”, Pio IX, fez o seguinte pronunciamento:
è     “Em honra da santa e indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a nossa, declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser sólida e constantemente crida por todos os fiéis”.
-   No dogma, o Papa afirma que Maria foi preservada imune de toda a mancha do pecado original, desde o primeiro instante de sua concepção.
-   A imaculada conceição de Maria é uma graça singular e um privilégio de Deus onipotente, tendo em vista os méritos de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade.
-   Sensível ao sentimento comum de todo povo de Deus, o Pontífice consultou os bispos, que foram a favor do dogma, desde que o relacionasse com a redenção de Jesus.

** O Catecismo da Igreja Católica afirma a verdade fundamental da imaculada conceição de Maria (nos. 490-493).
-   Para realizar a missão de Mãe do Salvador, Maria foi concebida imaculada, repleta da graça de Deus (no. 490).
-   Ao longo de sua história, a Igreja tomou consciência de que Maria é cumulada (plena) da graça de Deus, até definir o dogma em 1854 (no. 491).
-   Maria foi adornada com a santidade original, pré-redimida, pelos méritos de Cristo (no. 492).
-   Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo o pecado pessoal ao longo de toda a sua vida, a tal ponto que os Padres da Igreja a chamam “a toda santa” (“Pan-hagia”).

B) Senso dos fiéis

** A fonte principal para a verdade da imaculada conceição de Maria foi o senso dos fiéis.
-   O povo de Deus, meditando e degustando a Palavra de Deus, compreendeu que a mãe de Jesus tinha sido, desde sempre, toda pura, sem mancha.
-   O próprio Papa Pio IX, antes de declara o dogma, sondou as bases católica para certificar do consenso dos fiéis e nele se apoiar a respeito desta verdade.

** A aceitação da imaculada conceição de Maria era um sentimento comum do povo, vivido e falado por ele, indignado quando se ouvia dizer que haveria algum pecado na Santíssima Mãe de Deus.
-   Tal sentimento popular ganha expressão na voz dos Santos Padres.
-   Santo Agostinho declara, decidido:
è     “Quando se trata de pecado em Maria, pela honra devida ao Senhor, não quero nem discutir”.
è     É impossível “entregar Maria ao Diabo”, sequer por um só momento.
-   Dionísio Cartuxo afirma:
è     “é horroroso para nós dizer que esta mulher, que irá esmagar a cabeça da Serpente, tenha sido alguma vez esmagada por ela”.
-   Esse é também o sentimento de uma convertida do início do século II, Miss B. A. Baker, que assim se exprimiu:
è     “Depois que descobri Cristo como Deus, a mera suposição de um falta em Maria me parecida infligir a Ele um ultraje”.

** O Magistério também se faz porta-voz do senso dos fiéis na justificação do dogma da imaculada conceição de Maria.
-   O Magistério invoca o senso dos fiéis como argumento decisivo para a definição dogmática, o que a Bula “Ineffabilis Deus” chama de senso da Igreja e conspiração dos pastores e fiéis.
-   Note que o Concílio de Basiléia (em 1439, quando já era infelizmente ilegítimo) tinha aprovado a doutrina da imaculada conceição de Maria, apelando par ao sentimento popular, que declarou estar em harmonia com a fé católica.
-   Por sua vez, o Concílio de Trento, embora não fale do pecado original em Maria, afirma o “privilégio especial” de sua isenção em relação a todo pecado atual.

** Na história da Igreja, temos outras expressões do senso dos fiéis quanto à verdade da imaculada conceição de Maria.


  Protoevangelho de Tiago
## O Protoevangelho conta como Ana concebeu Maria.
## Ou seja, Ana concebeu Maria na ausência de Joaquim, para mostrar assim que ela foi concebida de modo milagroso e puro.

  Festa da Imaculada Conceição de Maria
## A festa era celebrada pelo povo desde o século VII no Oriente.
## Posteriormente, desde o século IX, a festa passou a ser comemorada no Ocidente.
## No começo chamou-se festa da “Conceição de Ana” (concepção ativa).
## Depois, a festa passou a chamar-se festa da Conceição da Bem-aventurada Maria (concepção passiva).

  Voto de sangue
## Para defender a doutrina da imaculada conceição de Maria, os devotos estavam dispostos a derramar o próprio sangue.
## Esse voto começou no século XIV e atingiu seu cume no século XVII.
## O voto de sangue foi feito seja por universidades (Paris, Oxford, Cambridge, Viena, Salamanca, Coimbra, Quito, Lima), seja por ordens religiosas (jesuítas, franciscanos), seja por cidades (Lima, Caracas, Trujillo), se ainda por inteiras monarquias (Espanha, Portugal).

  Aparições de Nossa Senhora das Graças e de Nossa Senhora de Lourdes
## A aparições de Nossa Senhora das Graças (1831-1832) e de Nossa Senhora de Lourdes (1858) propagaram bastante o dogma da imaculada conceição de Maria.
## A primeira aparição preparou a fé no dogma.
## Já a segunda aparição confirmou a fé na imaculada conceição de Maria como verdade.

  Iconografia
## Há abundante iconografia do povo e dos artistas sobre a imaculada conceição de Maria.
## As imagens a representam ora esmagando a cabeça do Dragão, ora em meio a rosas e lírios, ora como simplesmente Nossa Senhora das Graças (= cheia de graça: “tota pulchara”).

C) Tradição dos Santos Padres

** A tradição dos Santos Padres iniciou a reflexão teológica sobre a crença da Igreja na imaculada conceição de Maria.
-   Meditando as Sagradas Escrituras, os Padres da Igreja descobrem o mistério da imaculada conceição de Maria, especialmente em duas passagens:
  “Esta te ferirá a cabeça” (Gn 3,13).
  “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1,38).
-   Na passagem de Gênesis, os Padres da Igreja vêem o protoevangelho, ou seja, o primeiro anúncio da salvação, em interpretam a mulher como a Mãe do Messias, Maria.
-   No trecho de Lucas, os Padres da Igreja concebem Maria como a Nova Eva, ao lado do de Jesus, o novo Adão, na luta contra o mal.
-   Ao contrário da primeira Eva no livro do Gênesis, Maria não foi desobediente, mas obediente, dando seu sim a Deus.

** Além disso, os Padres da Igreja exploram diversas figuras veterotestamentárias e percebem nelas evocações do mistério da imaculada conceição de Maria.

  Esposo do Cântico dos Cânticos
## A esposa é sem mancha (4,7).
## É torre inexpugnável (4,4).
## É jardim fechado e fonte selada (4,12).
## É bela como a lua, brilhante como o sol, terrível como um exércit5o em ordem de batalha (6,10).
## É a princesa-noiva que ascende apoiada em seu esposo real (8,5;cf. Sl 44).

  Templo sagrado
## Maria é comparada à tenda do encontro com Deus (Ex 31,1-11).
## É figurada como a morada divina (“Shekinah”: Lc 1,35).
## É representada pelo Templo da Glória (1Rs 8).

  Arca da aliança
## Maria é vista como a arca da aliança (Ex 25,10;1Sm 4-6;Sl 131;Ap 11,19).

  Escada de Jacó
## Maria é percebida como escada de Jacó (Gn 28,12).

  Sarça ardente
## Maria é apresentada como sarça ardente (Ex 3,2-3).

  Sabedoria
## Maria é descrita como sabedoria (Sb 8;Eclo 24,14-31).

** Outros Padres da Igreja e textos antigos apresentam o mistério da imaculada conceição de Maria.
-   O Protoevangelho de Tiago, obra apócrifa antiga, narrava que Nossa Senhora é diferente dos outros seres humanos.
-   No século IV, Santo Efrém (306-373), diácono, teólogo e compositor de hinos, propunha que só Jesus Cristo e Maria de Nazaré são limpos e puros de toda a mancha do pecado.

D) Teologia

** É digno de nota o fato de os Doutores (teólogos) só entenderam mais tarde o mistério da imaculada conceição de Maria que o sentimento espiritual do povo tinha captado cedo.
-   Grandes inteligências teológicas, fixadas na idéia da universalidade do pecado e da redenção, opuseram-se à crença na imaculada conceição de Maria, entre as quais São Bernardo, Pedro Lombardo, Santo Alberto Magno, Alexandre de Halles, Santo Tomás de Aquino, São Boaventura, Melchior Cano, o Cardeal Cajetano e muitos outros.
-   Os teólogos concediam apenas uma purificação da Virgem Maria no seio materno, após a sua concepção, mas esta, de todo o modo, teria ocorrido no pecado.

** Os teólogos dominicanos e franciscanos travaram um debate doutrinário ferrenho em torno da imaculada conceição de Maria.
-   Os teólogos dominicanos éramos os que mais contradiziam a crença na imaculada conceição de Maria.
-   Já os teólogos franciscanos era os seus maiores defensores, talvez porque eram mais próximos do povo e de seu senso de fé.
-   As disputas entre as duas correntes teológicas eram tão ardorosa que chegavam não raro às vias de fato, obrigando, às vezes, tanto o poder eclesiástico como civil a intervir para separar os contendores e serenar os ânimos.

** Avançando no debate teológico, Duns Scott (1266-1308), teólogo franciscano, defendeu e aprofundou a doutrina da imaculada conceição de Maria.
-   Scott argumentou que Maria foi preservada do pecado original em previsão dos méritos de Jesus Cristo, o Salvador universal.
-   Dizia o teólogo franciscano:
è     “Convinha que Deus fizesse a exceção; podia fazê-la; portanto, a fez!”.
-   Para ele, Deus concedeu a Maria o privilégio especial, fazendo-a participar da redenção de Jesus de forma antecipada e preventiva.
-   A posição de Duns Scott foi se afirmando no interior da Igreja, a tal ponto que no Concílio de Trento (1545-1563) nenhuma objeção teológica abalava a crença na Imaculada Conceição, mas os participantes julgaram que a questão não estava ainda madura para justificar uma posição definitiva.

E) Bases bíblicas

** Ainda que de maneira implícita, a Igreja encontrou na Bíblia os fundamentos da verdade da imaculada conceição de Maria.

  “Cheia de graça” (Lc 1,28)
## A expressão “cheia de graça” (“kecharitomeno”) é a única tem toda a Bíblia.
## Tal expressão surpreendeu a própria Virgem Maria (Lc 1,29).
## Significa agraciada, plenamente agraciada, repleta da graça, plena do favor.
## Assim, Maria está plena do favor de Deus, da graça de Deus.
## Se está totalmente possuída por Deus, não há, em sua vida e coração, lugar para o pecado.
## Portanto, Maria devia ser cheia de graça divina desde o primeiro instante de sua concepção.

  “Conceberás em teu seio” (Lc 1,31)
## Tal expressão sugere que Maria concebeu Jesus, sendo seu seio é imaculado, sem mancha de pecado.
## Maria tornou-se, em grau vivo e pleno, o que eram a tenda do Senhor no deserto e o Santo dos Santos no Templo de Jerusalém.
## Maria veio a ser também, em termos excelentes, aquilo que era a cidade de Jerusalém, o monte Sião do Santo de Israel (Cf. Ez 37,23.27).
## O mais importante do que qualquer santuário inerte é o santuário vivo de Maria.
## Em conseqüência, Maria devia ser totalmente pura, isenta de qualquer mancha do pecado.

  “Porque o Todo-poderoso realizou em mim maravilhas” (Lc 1,49)
## Maria reconhece que Deus fez nela maravilhas (hebraico: “ghedolot”;grego: “megála”).
## As maravilhas de Deus são todas as obras que Deus fez no passado do povo e na vida de Maria.
## Deus realizou grandes ações libertadoras na história do povo de Israel: êxodo (Ex 15,1-18) e retorno da Babilônia (Es 1,1-11) como eventos fundantes.
## De todas as realizações libertadoras de Deus na história, Maria é portadora da maior e esplêndida maravilha salvífica: Jesus Cristo.
## A obra da imaculada conceição é uma das maravilhas que Deus realizou em Maria, desde o útero de Ana.

  “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferireis o calcanhar” (Gn 3,15)
## A fé cristã interpreta que a mulher é Maria, enquanto a serpente é o demônio, o mal.
## Maria e seu descendente, Jesus Cristo, são inimigos do demônio.
## Por ser mãe do Salvador, Maria não poderia ficar sob o poder do demônio, mesmo por um breve momento que fosse.
## O próprio Filho de Deus não poderia nascer de uma mulher sujeita ao mal, ao pecado.
## Portanto, Maria devia ficar imune ao pecado original.

10.3.  Explicação teológica da imaculada conceição de Maria

A) O privilégio da imaculada conceição de Maria está finalizado em Jesus Cristo

** O privilégio da imaculada conceição de Maria está finalizado em Jesus Cristo, Salvador da humanidade.
-   A graça da imaculada conceição de Maria está a serviço da encarnação redentora de Jesus.
-   A oração da liturgia da solenidade da imaculada conceição diz claramente:
è     “Ó Deus, que preparaste uma digna habitação para vosso Filho pela imaculada conceição da Virgem Maria” (Oração da coleta).
-   O prefácio da liturgia da solenidade da imaculada conceição reafirma a mesma idéia:
è     “A fim de preparar para o vosso Filho mãe que fosse digna dele, preservaste a Virgem Maria da mancha do pecado original, enriquecendo-a com a plenitude de vossa graça” (Prefácio).
-   Ademais, o dogma da imaculada conceição de Maria está finalizado à nossa salvação, pois se cumpre por nós, homens, e pela nossa salvação.

B) A maternidade divina de Maria é o fundamento de sua imaculada conceição

A maternidade divina de Maria é o fundamento de sua imaculada conceição.
-   A imaculada conceição tem sua origem em sua maternidade divina.
-   A razão de Maria ser preservada do pecado original reside em sua vocação: ser Mãe de Jesus Cristo, o Filho de Deus que assumiu nossa natureza humana para nos salvar.
-   Para que Jesus tivesse uma mãe santa, Deus preservou Maria do pecado original.
-   Consequentemente, este privilégio é serviço ao Salvador e à redenção do gênero humano.

G) A imaculada conceição de Maria é fruto da redenção de Jesus

** A imaculada conceição de Maria é fruto da redenção de Jesus.
-   Maria também necessitava da redenção de Jesus.
-   Maria não tinha poder de se auto-redimir, pois ela não tinha, por ela mesma ou por seus pais, qualquer merecimento próprio.
-   Maria não foi privilegiada porque era virtuosa, mas era e é virtuosa porque foi privilegiada por Deus em vista de sua missão singular na história da salvação.
-   Assim, em Maria tudo é graça, e a fonte dessa graça é a atuação do Pai em Jesus, pela força do Espírito Santo.

C) A imaculada conceição de Maria é manifesto em favor da graça original

** A imaculada conceição de Maria é manifesto em favor da graça original.
-   A doutrina da imaculada conceição de Maria diz que a graça é anterior ao pecado e mais forte do que ele.
-   Na imaculada conceição de Maria, a graça triunfou totalmente, e isso desde o começo de sua existência.
-   Maria, como toda pura e santa, surge como a Nova Eva, a mulher do paraíso, a novíssima criatura, a redimida por excelência.
-   G. Bernamos afirma:
è     “Ela vem mais cedo que o pecado”.

D) A imaculada conceição de Maria é o fruto primeiro e melhor da potência redentora de Cristo

** De fato, a Virgem Imaculada é o fruto primeiro e melhor da potência redentora de Cristo.
-   O Concílio Vaticano II declara:
è     “Ela foi redimida de modo mais sublime” (L. G., no. 53).
-   Ou seja, Maria foi redimida preventiva e radicalmente.
-   É precisamente porque o povo fiel está convencido do poder soteriológico de Cristo, atuando até a raiz do pecado e mesmo antes dele, que acredita na conceição imaculada de Maria.
-   A santidade resplandecente e absolutamente única, da qual Maria é enriquecida desde o primeiro instante de sua conceição, “lhe vem inteiramente de Cristo” (Catecismo da Igreja Católica, no. 492).

E) A imaculada conceição de Maria é resultado da redenção preventiva, de acordo com Duns Scotus

** Teologicamente, a noção de redenção preventiva (pré-redenção) provém do franciscano Duns Scotus, o grande advogado da verdade da imaculada conceição de Maria.
-   De acordo com Duns Scotus, o perfeitíssimo Redentor devia remir de modo perfeitíssimo a Virgem perfeitíssima.
-   O teólogo franciscano usou o argumento da conveniência, que tinha sido elaborado por discípulos de Santo Anselmo (+ 1109) e por Eadmero.
-   A formulação do argumento é a seguinte: “Deus pôde, convinha, então fez”.
-   Assim, Deus podia redimir Maria de forma antecipada e convinha que o realizasse, então Ele o fez de fato.

E) A imaculada conceição de Maria é efeito da ação do Espírito Santo

** A imaculada conceição de Maria é efeito da ação do Espírito Santo.
-   O Espírito Santo atuou em Maria, plasmando-a e formando-a como criatura nova desde o útero de Ana.
-   O Concílio Vaticano II preconiza lucidamente:
è     A Mãe de Deus é “toda santa, imune de toda a mancha de pecado, como que plasmada pelo Espírito Santo e formada nova criatura” (L. G., no. 56).
-   A santidade de Maria é concretização da graça do Espírito Santo desde o início de sua existência.
-   Portanto, o Espírito Santo imunizou o ser de Maria do pecado original.

G) Maria permaneceu santa durante a vida toda

** Maria permaneceu santa durante a vida toda.
-   Catecismo da Igreja Católica diz claramente:
è     “Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida” (no. 492).
-   Maria, que foi livre do pecado no início de sua existência, foi livre do pecado ao longo de toda a sua existência.
-   Consequentemente, Maria não experimentou a concupiscência, ou seja, a inclinação ao pecado, que nasce do pecado e conduz ao pecado.
-   Como nova criatura, isenta do pecado, Maria tem melhores condições de ver a gravidade do pecado e as escravidões que o pecado gera em seu caminho.

10.4.  Aplicações do dogma da imaculada conceição de Maria

A) A imaculada conceição é manifestação da face da humanidade redimida e santa

** A imaculada conceição é manifestação da face da humanidade redimida e santa.
-   A Imaculada Conceição de Maria revela a nós a face do ser humano redimido.
-   Os próprios bispos reconhecem que tal verdade:
è     “apresenta-nos em Maria o rosto do homem novo redimido por Cristo, no qual Deus recria ainda mais admiravelmente o projeto do paraíso” (Doc. Puebla, nº. 298).
-   Nós necessitamos da redenção de Jesus Cristo.
-   Em Maria já resplandece a realização perfeita desta força redentora.

B) A imaculada conceição infunde em nós a confiança inabalável na força radical da graça redentora

** A imaculada conceição infunde em nós a confiança inabalável na força radical da graça redentora.
-   Em Maria e em nós atua a mesma graça.
-   Se Deus pôde realizar em Maria seu projeto, também poderá realizá-lo em nós, desde que colaboremos com sua graça, como ela o fez.
-   Maria é a criatura humana em seu estado melhor (Dom Murilo S. R. Krieger, bispo e escritor mariano).
-   Por isso, nós devemos confiar na força da graça de Deus.

** A graça do Redentor pode nos santificar totalmente.
-   A graça do Redentor pode sanar a nossa vida pela raiz.
-   A graça do Redentor pode nos tornar imaculados (Ef 1,4).
-   A graça do Redentor devolve-nos a justiça original.
-   A graça do Redentor faz-nos voltar ao Paraíso (Ap 22,1-2).

** O perdão de Cristo é totalmente eficaz.
-   O perdão de Cristo não fica apenas na reparação.
-   Mas, principalmente, o perdão de Cristo nos refaz de alto a baixo, nos recria totalmente.
-   O perdão de Cristo vai até a renovação, pois nos torna novamente novos.
-   O perdão redentor nos “revirginiza”, nos santifica totalmente.

** A redenção é curativa para nós.
-   O modo de redenção para Maria é diferente do nosso.
-   O modo de redenção para Maria foi preventivo.
-   Já o modo de redenção para nós é curativo.
-   Todavia, o efeito final da redenção é o mesmo: o surgimento da nova criatura, o tornar-nos imaculados.

C) Maria imaculada: no centro da luta contra o mal

** A afirmação de Maria imaculada está colocada no centro da luta contra o mal.
-   Maria, toda santa, está associada a uma concepção combativa da fé.
-   Maria imaculada inspira a luta contra toda injustiça em nós e no mundo.
-   Isso porque ela enfrentou durante toda a vida uma luta gigantesca contra as tentações e o maligno.
-   Maria nunca cedeu ao sedutor, mas foi sempre sim a Deus, permanecendo, para nós, como exemplo máximo de lutadora, tanto que não sofreu a menor derrota do maligno.

D) A imaculada conceição de Maria é convite de santidade para todos os seres humanos

** A imaculada conceição de Maria é convite de santidade para todos os seres humanos.
-   Maria é toda santa, é toda de Deus, protótipo do que somos chamados a ser.
-   Maria é fonte de santidade para a Igreja: também nós, à medida que crescemos na santidade, santificamos a Igreja.
-   A missão de Maria a une a nós: precisamos de Cristo para a salvação.
-   Maria é quem nos deu Cristo, o Salvador, e nela temos a segurança e o caminho para a nossa santificação.

E) O dogma da imaculada conceição de Maria mostra a visão realista do pecado e a visão esperançosa da graça

** O dogma da imaculada conceição de Maria mostra a visão realista do pecado e a visão esperançosa da graça.
-   O contexto histórico da declaração do dogma (meados do século XIX) era o racionalismo, com sua visão idealista da onipotência da razão, a qual traria o progresso, a liberdade e a felicidade para todos.
-   Proclamando o dogma da imaculada conceição de Maria, a Igreja, ao contrário, um realismo otimista:

  Realismo: a Igreja sabe que subsiste sempre o poder do pecado e sua imensa influência nos corações e nas estruturas da sociedade, sendo eliminado totalmente apenas no fim dos tempos.
è Nada, pois, do mito ingênuo e ilusório de um “paraíso na terra”.

  Otimismo: a Igreja sabe também que existe mais ainda a força da graça redentora, pela qual podemos resistir ao pecado, e que pode criar corações e situações melhores que as anteriores.
è Pois onde abundou o pecado, superabundou a graça (Rm 5,20).

-   Portanto, se o pecado é uma força real, a graça redentora o supera totalmente.


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  1. Obrigado pela informação. Muito util ! Aconselho-o a verificar o website http://calendario-feriados-brasil.com.br/quantos-feriados/dia-da-imaculada-conceicao/ para mais informações sobre o dia da Imaculada Conceição.

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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!

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