Rita de Sá Freire
“Arrependei-vos e
crede no Evangelho”.(Mc 1,15)
Podemos
afirmar que não há tempo litúrgico na Igreja em que a Virgem Maria esteja
ausente. Há, porém, alguns tempos, como o Advento, em que é mais fácil
associá-los à presença de Nossa Senhora. Cabe lembrar, que Maria é a Mãe da
Igreja (Mater Ecclesiae), portanto, está vinculada, intrinsecamente aos
mistérios de Seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por ser um tempo marcado
essencialmente pela penitência e pela conversão, muitos talvez, não associem a
Quaresma à presença de Maria Santíssima porque Ela foi criada por DEUS,
Imaculada e Santa. Além disso, Sua vida sempre foi fazer a vontade de Deus.
Dessa forma, Ela não teve que praticar a Quaresma. Entretanto, a perspectiva da
Quaresma é mais ampla e a participação de Maria pode ser compreendida sob outra
ótica: ensinar-nos a viver o tempo quaresmal.
A Quaresma inicia-se na quarta-feira
de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa. Com o rito da imposição
das cinzas em nossa fronte, iniciamos um tempo espiritual muito relevante para
todo o cristão católico que quer se preparar dignamente para viver o Mistério
Pascal. Com a imposição das cinzas, o Sacerdote pronuncia as palavras “Convertei-vos e crede no Evangelho” ( Mc 1,15) e com a expressão“Lembra-te de que és pó e ao pó retornarás”( Gn
3,19), e nos exorta à reflexão sobre a real necessidade de conversão,
recordando-nos a inexorável senilidade e a efêmera fragilidade da vida humana,
que é sujeita à morte. Por isso, a Igreja, sabiamente, nos convida a viver esse
período de preparação para a Páscoa, durante o qual buscamos nossa conversão a
Deus.
Quaresma é tempo de conversão e sacrifício (jejum), de revisão e
mudança de vida; de escuta mais atenta à Palavra de DEUS (oração);
tempo de viver o amor de DEUS traduzido em
obras (a caridade e a esmola); é o tempo de cumprir as promessas que fizemos no
dia do nosso Batismo. Esse período nos recorda as diversas “quarentenas”
citadas na Bíblia, por exemplo: os 40 dias em que Jesus passou no deserto; os
40 dias do dilúvio e dos 40 anos de caminhada do povo israelita pelo deserto
rumo à Terra Prometida etc. A cor litúrgica deste tempo é o roxo que simboliza
a penitência e a contrição. A Santa
Madre Igreja nos orienta três práticas penitenciais para vivermos esse período(jejum, oração e esmola) as quais estão
profundamente enraizadas nas Escrituras (ex:Tb 12,8, Mt 6,1-18) e na Tradição
da Igreja. Dessa forma, nós católicos devemos nos preparar para vivermos, da
melhor maneira, este tempo. Sabemos que é bem mais difícil nos prepararmos para
viver a quaresma do modo que realmente agrada o coração de Deus, se estivermos
sozinhos porque, como seres humanos limitados, facilmente nos esquecemos dos
nossos propósitos e logo abandonamos a busca constante da nossa conversão. Por essa
razão é que procuramos viver a quaresma acompanhados por Maria Santíssima. A
vivência da quaresma em Sua companhia materna nos auxiliará a participar mais
frutuosamente do mistério da Páscoa, que é o mistério central da nossa fé:
Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Muito embora a
figura de Maria apareça de forma discreta e silenciosa, por meio de Seu
exemplo, podemos notar, imediatamente em Maria, as três virtudes essenciais que
estão diretamente ligadas às práticas da quaresma: a) silêncio (escutar e
colocar em prática a Palavra de DEUS), b) caridade ou solidariedade (Maria
Santíssima parte apressadamente a caminho da casa de Isabel para ajudá-la); c)
penitência (participou do rito de Purificação, mesmo estando desobrigada). Importante,
também, observar a associação tão perfeita das orientações para a quaresma com
a mensagem de Nossa Senhora em Fátima aos três pastorinhos, em sua última
aparição em 13 de outubro de 1917 e também na mensagem de Nossa Senhora Rosa
Mística, em 3 de julho de 1947 em Montichiari a Pierina Gilli:
“Quero que
continuem sempre a rezar o terço todos os dias… é preciso que se emendem que
peçam perdão dos seus pecados… Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já
está muito ofendido”.
“…Enquanto Santa
Maria Crucifixa falava, a linda Senhora aproximou-se de mim, diz Pierina, então
pude enxergar duas espessas lágrimas que corriam de seus olhos e percebi a sua
doce voz que dizia:“Oração, sacrifício e penitência”.”
Lembremo-nos de que a quaresma é um
tempo de livre empenho no seguimento de Cristo e de que Nossa Senhora nos chama
à mudança de vida. Maria Santíssima é o exemplo de quem
medita e ouve a Palavra de Deus. Maria é obediente à vontade do
Pai. Ela também caminha em direção à cruz. Maria é a premissa e o modelo de
atitude que devemos tomar não somente na Quaresma, mas em todos os tempos de
nossas vidas. Com Ela aprenderemos andar no caminho da oração, do jejum, da
caridade, do recolhimento e do silêncio. Maria é o caminho que nos leva a
Jesus.
Que nesta quaresma, cresça em nós o
amor filial Àquela que, aos pés da Cruz, nos deu seu Filho Amado para nossa
salvação. Caminhemos com Maria meditando os mistérios do Santo Rosário,
praticando a devoção das sete dores da Virgem Maria, rezando a ladainha de
Nossa Senhora e outras orações que honrem Nossa Senhora e Nosso Senhor Jesus
Cristo!
Salve Maria Imaculada!
Rita de Sá Freire
Associada da
Academia Marial de Aparecida
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Nieustanne potrzeby??? Nieustająca Pomoc!!!
Witamy u Mamy!!!